Desde que assumiu o comando da siderúrgica Termomecanica (TM), em janeiro, o executivo Luiz Henrique Caveagna diz ter passado várias noites em claro. Isso porque a empresa onde ele começou como estagiário há 37 anos vislumbrava dificuldades no horizonte, quando o coronavírus começou a se alastrar na China, e depois de um 2019 de ótimo desempenho em vendas, exportações e novos clientes. “O ano passado foi bom para nós porque preparamos tudo para uma trajetória de forte crescimento em 2020 e anos seguintes”, disse Caveagna. “A expansão não aconteceu em razão da crise global causada pela pandemia, mas mantivemos todos os nossos passariam. Foi uma medida acertada”, afirmou.

A decisão exigiu nervos de aço do diretor-geral e de seu time de executivos. O plano de investimento de R$ 300 milhões definido no ano passado para o ciclo 2019-2021 se manteve, a despeito das incertezas, assim como a construção de um Centro de Distribuição no estado americano da Carolina do Norte, aumento da produção de alumínio e na unidade de Manaus. “Com tivemos um bom planejamento em 2019, tivemos confiança na nossa estratégia para crescer no mercado”, disse Caveagna.

A decisão de blindar o planejamento se deu em um ambiente de enfraquecimento da economia. Em março a abril, a produção industrial caiu 18,8%. No caso da Termomecanica, mesmo sendo fornecedora de cobre e alumínio para fabricantes de produtos essenciais, registrou reduções nas vendas, quedas de produção em muitos mercados em que atua, como automobilístico, linha branca, vestuário. Alguns setores retraíram até 50%, e outros pararam completamente, resultando na ociosidade de algumas linhas.

Luiz Henrique Caveagna Empresa: Termomecanica (TM) Cargo: diretor-geral Principal realização da gestão: garantir a execução do plano de investimentos de R$ 300 milhões entre 2019 e 2021 e ampliar a participação das exportações nas vendas da companhia.

Dentro deste cenário adverso, segundo Caveagna, a empresa teve que refletir muito sobre o capital humano. “Enfrentamos vários questionamentos. Parar a produção? Conceder férias coletivas? Usar os incentivos do governo? O que fazer para aproveitar a mão de obra ociosa e evitar demissões?”

A resposta foi seguir em frente, segundo o diretor-geral. Com disponibilidade da mão de obra inativa, a empresa investiu em melhorias no processo produtivo, com foco em mudanças de comportamento e, por consequência, em aprimoramento da qualidade. “Acreditamos em uma retomada próxima da economia e que certamente vai acarretar maior competitividade e demandar grande exigência por qualidade”, afirmou o executivo. “O cenário pós-pandemia será ainda mais competitivo. O cliente e o consumidor em geral estarão mais exigentes.”

“Acreditamos em uma retomada próxima da economia e que certamente vai acarretar maior competitividade e demandar grande exigência por qualidade. O cenário pós-pandemia será competitivo. O cliente e o consumidor estarão mais exigentes” Luiz Henrique Caveagna, diretor-geral da Termomecanica.

A recuperação das vendas da Termomecanica, que já retornaram ao período pré-pandemia, segundo Caveagna, passa pelo mercado internacional. Com o dólar valorizado, a empresa aposta na expansão dos embarques ao exterior para garantir a sustentabilidade financeira nos próximos anos – sem abrir mão das estratégias no Brasil. A companhia espera encerrar 2020 com 30% de suas vendas indo para outros mercados, acima dos atuais 25% e dos 18% contabilizados em 2019. “Diversos setores da economia brasileira, como construção civil, montadoras e eletrodomésticos estão reagindo muito bem, mas sabemos que a diversificação das fontes de receita é essencial para a solidez da companhia no longo prazo”, afirmou o diretor-geral.

Neste mês de outubro, a Termomecanica São Paulo S/A celebra 78 anos de fundação. De sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) saem barras, vergalhões, perfis, fios, laminados, tubos para refrigeração, tubos para aplicação industrial, tubos para condução de água e gás, entre outros itens. A TM foi fundada em 1942 pelo engenheiro Salvador Arena, empresário de origem líbia que investiu apenas US$ 200 na implantação da companhia.

As melhores

1. TERMO-MECANICA SP 466,35 PONTOS

2. ANGLOGOLD ASHANTI 454,80 PONTOS

3. BELGO MINEIRA 432,58 PONTOS