A Neoenergia confirmou, em comunicado enviado ao mercado, que pediu o cancelamento do pedido de registro de oferta pública de distribuição primária e secundária de ações da companhia (IPO), “tendo em vista as atuais condições de mercado”.

No fim da tarde desta quinta-feira, 14, a Coluna do Broadcast informou que, sem atrair a demanda dos investidores, em uma semana concorrida para as ofertas de ações no Brasil, a Neoenergia, que precificaria a ação na quinta mesmo, postergaria a operação para o próximo ano.

Mesmo sem demanda, os acionistas da companhia (Iberdrola, Banco do Brasil e Previ) não chegaram a propor um preço mais baixo para os papéis na tentativa de emplacar a operação. Para o IPO, a companhia tentava uma avaliação entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões, com a faixa indicativa de preço de R$ 15,02 a R$ 18,52.

Os acionistas e os bancos que coordenaram a oferta aguardaram a finalização do IPO da BR Distribuidora, que foi concluído na quarta-feira e que ganhou muita atenção dos investidores, tanto dentro quanto fora do Brasil, para tentarem direcionar os olhares para a Neoenergia.

A oferta também concorreu nesta semana com o IPO do Burger King Brasil, que teve alta demanda dos investidores. Houve ainda, na semana, o follow on da Sanepar, que saiu sem desconto em relação ao pregão no dia do fechamento da operação.

Assim, a operação da Neoenergia deve ficar para o primeiro trimestre do ano que vem, quando o mercado espera que a janela para emissão de ações ainda esteja aberto, antes da volatilidade aguardada para o período eleitoral.

No comunicado enviado ao mercado, a Neoenergia disse que caso os investidores já tenham efetuado o depósito do pagamento do valor referente aos pedidos de reserva, “tais valores serão devolvidos conforme previsto no Aviso ao Mercado publicado em 8 de novembro de 2017 e republicado em 16 de novembro de 2017”.

Banco do Brasil

Logo após o comunicado da Neoenergia, o Banco do Brasil publicou fato relevante informando que, tendo em vista o cancelamento do IPO, “o BB Banco de Investimento (BB-BI), subsidiária integral do BB, manterá sua posição acionária de 9,35% na Neoenergia”.