A greve dos caminhoneiros deixou marcas nas vendas do varejo até julho. Segundo a gerente da Coordenação de Comércio e Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes, nenhuma das atividades do varejo investigadas na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) recuperou o nível de abril, após a paralisação das estradas no fim de maio.

Mais cedo, o IBGE informou que as vendas do varejo restrito caíram 0,5% em julho ante junho. Foi o terceiro mês seguido de quedas. No período, a perda acumulada, na média, foi de 2,3%. “Se comparar julho com abril nada se recupera”, afirmou Isabella.

Para a pesquisadora, a greve de maio foi um “evento que impactou”. Além disso, em junho houve impactos indiretos da greve, que desgastou a confiança dos consumidores, trazendo “cautela e conservadorismo nos gastos das famílias”.

Nas contas do IBGE, as vendas do varejo restrito acumularam de janeiro a abril uma alta 3,3% ante igual período de 2017. Após a greve, o acumulado de janeiro a julho tem alta de 2,3% ante os sete primeiros meses do ano passado.

No varejo ampliado, a alta passou de 7,3%, antes da greve, para 5,4%. O destaque foi as vendas de veículos, que passaram de uma alta de 22,2% no acumulado de janeiro a abril para avanço de 16,5% no acumulado de janeiro a julho.