Trabalho de campo no exterior é uma forma privilegiada de desenvolver competências científicas, mas não é a única. Atividades no entorno da escola, de contato com fenômenos do cotidiano, também cumprem esse papel. “Muitas vezes a prática científica não precisa de um laboratório sofisticado”, diz Luís Carlos de Menezes, professor da Universidade de São Paulo (USP).

Como esse tipo de contato in loco e com cientistas acrescenta à formação dos estudantes?

O convívio com outra língua e cultura por si só já é muito interessante: é um privilégio, é olhar o mundo de outra latitude. Se isso for feito de uma forma que lembra a iniciação científica, aumenta ainda mais a vantagem desse tipo de viagem. Não há melhor maneira de fazer a escolha de sua carreira se não tendo a ideia de como se pratica a ciência.

Como o aluno que participa disso chega à universidade?

O conceito do que é fazer ciência e o convívio com cientistas em ação preparam o espírito. Ele vai com a motivação correta. Até por isso, pode chegar mais exigente (à universidade), o que é bom.

É possível adaptar expedições para ambientes mais próximos?

Certamente. Muitas vezes a prática científica não precisa de um laboratório sofisticado. Compreender as radiações que usamos, por exemplo, é olhar para a ciência que está nas tecnologias do cotidiano.

Os estudantes hoje demandam mais vivências práticas?

A escola tem de perder a ideia de que o professor é o sábio. Ele vai orientar para buscar, apresentar situações-problema. O aluno gosta de ser desafiado e não entediado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.