A despeito da crise, o mercado de franquias manteve crescimento sustentável em quase todos os segmentos de atuação nos últimos anos. Não foram poucos os que olharam para o momento difícil como uma oportunidade de se aventurar em um negócio próprio. Em 2018, esse mercado movimentou R$ 174,8 bilhões, um avanço de 7,1% em relação ao ano anterior. Também foi visto avanço no número de unidades totais do franchising, que chegou à marca de 153,7 mil estabelecimentos. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que organizou nesta semana a maior feira de franquias do mundo, no espaço Expo Center Norte, em São Paulo.

A ABF Franchising Expo 2019 recebeu mais de 60 mil pessoas, mostrando que esse mercado está cada vez mais amadurecido. “O franchising cresce bastante em função do profissionalismo do setor. Para quem quer investir, acaba sendo mais interessante montar uma franquia do que um negócio independente”, diz André Friedheim, presidente da ABF. “Ainda veremos um crescimento muito forte do mercado. Os shopping centers, por exemplo, preferem marcas de franquias, pois são mais conhecidas do grande público.”

A entidade estima, com base em números do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que a taxa de mortalidade de franquias seja muito menor se comparada a de negócios próprios. “Em dez anos, 15% das franquias deixam de existir contra 75% dos negócios independentes que não prosperam. Existe um risco também, claro, mas ao montar uma franquia, você tem o suporte de uma marca forte e o ‘saber fazer’ daquele franqueador. Com isso, a chance de sucesso é cinco vezes maior do que a de um negócio que surge do zero”, afirma Friedheim.

Outro fator positivo é que as franquias, em geral, oferecem vantagens como apoio à gestão, padronização, treinamento, informação detalhada e escolha de localidades para expansão. Também é importante saber qual é o capital de giro necessário para fazer a operação rodar. “Na minha recomendação, qualquer pessoa que queira abrir um negócio, além do investimento inicial, deve ter 50% do valor investido como capital de giro. Se é uma franquia de R$ 100 mil, guarde R$ 50 mil. É uma reserva de capital para cobrir eventuais problemas na operação”, diz.

Além disso, é preciso estar bem informado sobre outros assuntos cruciais da empresa franqueadora para não cair em uma cilada. “O grande problema das pessoas que querem investir em franquias é que muitas delas não pesquisam antes de assinar o contrato. É preciso procurar os franqueados atuais e ex-franqueados, além de olhar o que falam dos produtos da marca nas mídias sociais e no Reclame Aqui”, alerta José Carlos Fugice, CEO da consultoria empresarial Goakira. A cautela também é um fator citado por Pedro Almeida, consultor de franquias e diretor da Franchise Solutions. “Muitas pessoas pensam que vão à feira para comprar uma franquia. Isso não deveria acontecer. Feira é como se fosse um grande baile, onde você conhece pessoas, gosta de algumas e troca contatos com outras. Somente depois esses encontros podem evoluir para uma união”, comenta. Essas são as dicas para um negócio de sucesso e duradouro.


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