As negociações nos Estados Unidos sobre um novo plano de ajuda econômica foram paralisadas, nesta quarta-feira (12), e o governo Donald Trump acusa a oposição democrata de evitar um acordo que poderia favorecer o presidente republicano faltando três meses para as eleições.

“Os democratas estão orientados para a política. Talvez eles pensem que qualquer acordo seria bom para o presidente e, portanto, não o querem”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, à rede Fox Business.

Até agora, foi acordada ajuda para escolas, creches, pequenas e médias empresas, bem como para vacinas, hospitais e comunidades locais.

Mas as discussões tropeçam em particular no valor total da ajuda: os democratas querem aumentá-la para US$ 3 trilhões, enquanto os republicanos querem limitá-la a US$ 1 trilhão.

Os democratas haviam proposto uma soma consensual de 2 trilhões, rejeitada pela Casa Branca.

Para Mnuchin, “o problema é a forma como os democratas veem” o valor da proposta republicana, “eles olham para os próximos dois anos e projetam perdas. Eles não acreditam que a economia vai se abrir, enquanto não pensamos assim”.

“Dizemos ‘vamos gastar um pouco mais de 1 trilhão de dólares, o que vai ter um impacto enorme na economia agora’ (…). E se tivermos que fazer mais, voltaremos” a negociar, acrescentou.

Outro grande ponto de discórdia é o valor da assistência adicional do governo federal aos desempregados, que terminou no dia 31 de julho.

Até então, os desempregados estavam recebendo US$ 600 por semana desde abril. Os republicanos estão propondo reduzir para 200, a Casa Branca defende 400 e os democratas querem manter os 600.

“Trump e os republicanos do Senado dizem que um corte de impostos para os investidores ricos ajudará a combater a crise econômica (…) mas eles acham que 600 por semana é demais para 30 milhões de americanos desempregados. Eles simplesmente não entendem a magnitude do problemas”, reagiu Chuck Schumer, o líder da minoria democrata no Senado, no Twitter.

A Casa Branca está negociando com os democratas no Congresso há mais de duas semanas.

Mas sua última reunião, na sexta-feira, fracassou, e Trump assinou quatro decretos no sábado, que ainda assim podem ser contestados em tribunal.

Esses decretos preveem um congelamento dos impostos sobre salários, um prolongamento do subsídio de desemprego de 400 dólares por semana, proteção para inquilinos ameaçados de despejo e um adiamento dos pagamentos de empréstimos estudantis.