Estatal

Enquanto seu governo apregoa a privatização, Jair Bolsonaro entregou ao País uma nova estatal. O Diário Oficial da União de quarta-feira 20 formalizou a criação da NAV (Brasil Serviços de Navegação Aérea). Concebida na última canetada do governo Michel Temer, em dezembro de 2018, ela agora ganha constituição formal. A NAV será responsável pelo controle do espaço aéreo do País em parceria com o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro), vinculado à Força Aérea. Mas quem ganhou foi o corporativismo classista da Infraero, que cederá à NAV pelo menos 2 mil funcionários que já atuam como controladores de voo. Esse contingente corria o risco de perder emprego com a crescente privatização de aeroportos no País (22, até agora). Um acordo coletivo deu estabilidade aos funcionários até 2020, mas Bolsonaro aceitou um artigo que permite que todos os trabalhadores da Infraero possam ser transferidos a qualquer órgão da administração pública, e a NAV será um bom porto. Outro artigo da lei ainda prevê aquela boa e velha colcha de cargos em conselho de administração, conselho fiscal, diretoria executiva… Foi uma clara derrota da ala econômica do governo frente ao braço militar. Trata-se da primeira estatal criada no País em seis anos. A última foi no governo Dilma Rousseff: a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias.

 

Luxo

Bernard Arnaut não sossega

Homem mais rico da Europa e terceiro na lista global, com fortuna de US$ 105 bilhões, o francês Bernard Arnault vai na contramão de muitos empresários e varejistas. À frente do maior império do luxo do mundo, o grupo LVMH, ele está prestes a concluir a reforma de 15 anos na loja parisiense La Samaritaine, inaugurada em 1860. O empresário anunciou esta semana que o magazine será reaberto em abril e deve se tornar nova atração turística da cidade. As obras consumiram US$ 1 bilhão. Mas o que espanta mesmo é a aposta numa loja de departamentos quando muitos endereços fecham e miram o e-commerce. O foco de Arnault está na legião de chineses que aderiu ao mercado do luxo.

 

Aviação

Airbus faz venda de US$ 16 bi a Emirates

Maior companhia aérea comercial do planeta, a Emirates anunciou durante a Dubai Airshow 2019 um acordo para a aquisição de 50 aeronaves A350-900 XWB, no valor de US$ 16 bilhões. Equipadas com motor Rolls-Royce, os aviões devem ser entregues a partir de maio de 2023 até 2028. O xeque Ahmed bin Saeed al Maktoum, presidente e CEO da companhia, assinou o acordo com Guillaume Faury, CEO da Airbus. “Este acordo mostra nossa confiança no futuro do setor de aviação dos Emirados Árabes Unidos e na estratégia de tornar Dubai um centro global de conectividade entre as cidades, comunidades e economias com o apoio do setor de aviação moderno e de classe mundial”, diz al Maktoum. Aeronaves como A350 são projetadas para atender a vários novos mercados, em voos de até 15 horas de Dubai.

 

PNAD Contínua

Desemprego desigual

Dados divulgados a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) mostram que a taxa de desemprego no País manteve-se estável em 25 das 27 unidades federativas no terceiro trimestre do ano comparada ao segundo trimestre — apenas variou em Rondônia, para mais, e São Paulo, para menos. A taxa nacional ficou em 11,8%, contra 12% do período imediatamente anterior. Outro dado que chama a atenção, além de um índice que insiste em não cair, é a desigualdade da distribuição dos empregados. Os estados de Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Mato Grosso (8%) têm as menores taxas de desemprego, enquanto as piores são de Bahia (16,8%), Amapá (16,7%) e Pernambuco (15,8%).

 

Previdência

Governo sofre derrota na PEC Paralela

Com votação em dois turnos, o Senado aprovou na terça-feira 19 a chamada PEC Paralela, com 53 votos a 7 – eram necessários 49. O texto agora será enviado à Câmara, que também precisa aprová-lo em dois turnos. Entre outros pontos a PEC facilita a adesão de estados e municípios às novas regras da reforma da Previdência. Para a inclusão bastará a aprovação de Lei Ordinária. Por outro lado houve derrota para o governo com a mudança do cálculo de aposentadorias. A reforma previa que fossem consideradas 100% das contribuições, o que derrubava a soma final do benefício. Agora haverá uma transição: até 2021 serão consideradas as 80% maiores contribuições e entre 2022 e 2024 as 90% maiores.

 

Números

823.314 – Quantidade de trabalhadores que já optaram pelo saque aniversário do FGTS (até terça-feira 19)

2030 – Ano em que a Petrobras será a maior produtora mundial de petróleo entre empresas de capital aberto, diz a consultoria Rystad

R$ 1,7 trilhão – É o valor do consumo da população negra brasileira, segundo dados do MBM