Por que o senhor decidiu ser candidato à Presidência?
Há demanda do País de continuar crescendo e o meu projeto é não só manter, mas de dar os próximos passos, fazer reformas. Tinha necessidade de evitar o risco de retrocesso, de candidatos que sugerem eliminar o teto de gastos, voltar atrás na reforma trabalhista, não fazer a da Previdência e a tributária e de voltar a uma política que levou à recessão e ao desemprego.

O senhor é conhecido por atributos econômicos. Tem alguma proposta específica para outras áreas, como a social?
Apoiamos e participamos da discussão do planejamento da expansão do Bolsa Família. Temos um plano de expansão de casas populares, do Minha Casa Minha Vida, de recuperação de prédios públicos deteriorados, como o que esteve envolvido na tragédia em São Paulo, além de outros projetos que têm impacto social, como segurança e saúde.

Há propostas formuladas e rascunhadas em outras áreas?
Temos uma proposta de segurança, de equipamentos das polícias, de treinamento de policiais, de coordenação das polícias estaduais, troca de informações, policiamento de fronteiras, tratados internacionais com países vizinhos, visando coibir tráfico de armas. Há um projeto em andamento de melhora da qualidade da educação inspirado na Coreia do Sul. No ensino profissionalizante, temos o objetivo de criação de escolas que preparem não só estudantes, mas também profissionais, que tenham possibilidade de se qualificar. Tudo isso demanda, além de gestão, recursos. Para isso existe um projeto básico de desenvolvimento, de maneira que o crescimento maior de PIB e a alta do emprego gerem aumento da arrecadação e recursos para financiar os programas.

O senhor teme ficar associado apenas com o tema da economia, como um candidato do mercado financeiro?
Não sou o candidato do mercado, mas do avanço, do crescimento, da criação de emprego, contra o atraso, a recessão e o desemprego.

Por que o MDB deve escolher o seu nome e não o de Michel Temer?
Estamos conversando e chegaremos a uma conclusão de qual é o melhor projeto eleitoral. Acredito no meu potencial, que todos os testes qualitativos mostram como um potencial de crescimento enorme, na medida em que os eleitores ouvem minhas histórias e têm o conhecimento do meu trabalho. É uma história forte.

Indicadores econômicos recentes mais fracos iniciaram uma onda de revisões na expectativa de crescimento neste ano. Isso pode atrapalhar o seu discurso?
Absolutamente não. Isso mostra o risco de candidatos extremistas. Só será resolvido quando as pesquisas começarem a mostrar o crescimento de uma candidatura do centro, que acredito que deve acontecer mais para frente. Não quer dizer que a economia parou de crescer, mas já começa a existir sinais de incerteza e de queda da confiança.

O senhor indicou que o segredo das eleições é chegar no segundo turno. Com quem gostaria de disputar? O que é precisa para chegar lá?
Não se deve escolher adversário. Tem de chegar lá preparado para qualquer um. O que é necessário é definir o candidato do MDB. Com os programas eleitorais em setembro, vamos mostrar nossa história, que os testes qualitativos mostram que têm efeito forte. Tenho certeza que isso vai acontecer quando iniciarmos a campanha, principalmente na TV.

O senhor vem repetindo que não tem interesse em ser vice, mas indicou que o processo eleitoral deve consolidar a candidatura de centro. Nessa direção, faz sentido uma chapa com o PSDB?
Faz todo sentido, principalmente se decidirem lançar um candidato conosco, com o nome do PSDB a vice, apoiando a nossa candidatura. Se não chegarmos a essa aliança no primeiro turno, podemos fazer uma composição para nos apoiar no segundo turno.

Quem o senhor escolheria para a Fazenda e para o Banco Central?
Quando entrei na Fazenda, escolhi a minha equipe, que foi chamada de times dos sonhos. A mesma coisa no Banco Central, quando sugeri ao presidente a nomeação e convidei o Ilan Goldfajn. Tenho certeza de que a equipe continua. É um ponto forte da administração.

O senhor manteria o Eduardo Guardia na Fazenda e o Ilan Goldfajn no BC?
É uma excelente possibilidade, não tenha dúvida.

O senhor vem sendo questionado pela participação no grupo J&F e mesmo assim escolheu se filiar a um partido que tem parlamentares denunciados e o presidente sob suspeita. Isso não atrapalha suas pretensões eleitorais?
De maneira nenhuma. Todos os grandes partidos têm líderes que estão sendo objeto de alguma acusação, o do PT está detido, acusado. A mesma coisa o PSDB, que tem acusações. É um processo natural na política brasileira. O importante é que, no nosso caso, não há nenhuma acusação, nada. Minha carreira é ética e inquestionável, será um ponto forte da campanha.

O Brasil pode voltar a ter o grau de investimento no próximo mandato?
Não tenho dúvida, com as medidas certas, a aprovação das reforma da Previdência e tributária, e de medidas de aumento de produtividade, mantendo a inflação na meta, tenho segurança de que retomaremos o grau de investimento sem muita demora.

No próximo mandato já seria possível?
Dá sim, com certeza.