O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta sexta-feira, 15, que, com o orçamento apertado para 2018, não estão previstas novas obras, apenas a conclusão das que estão em andamento. “Não se prevê evidentemente nenhuma nova obra, nenhuma nova iniciativa, mas procuraremos preservar recursos necessários para a continuidade e conclusão das obras que estão em andamento, dentro desse cenário de aperto orçamentário. Teremos que priorizar áreas de governo que têm impacto mais forte, mais presente, na vida das pessoas”, afirmou o ministro em entrevista à rádio CBN na manhã desta sexta-feira, 15.

Dyogo destacou também que os programas sociais, de atenção e assistência social, serão priorizados dentro desse cenário de restrição orçamentária.

Questionado sobre qual seria o orçamento ideal e dos seus sonhos, Dyogo disse que seria “ter um orçamento que fosse adequado às necessidades e prioridades do País”. “Lamentavelmente, o que nós temos na realidade é um orçamento engessado, que responde muito mais à capacidade de pressão e de mobilização de alguns grupos no Congresso, que acabam fazendo valer as suas prioridades dentro do orçamento”, disse. Ele explicou que o orçamento é vinculado e uma série de despesas vão sendo transformadas em despesas obrigatórias – que criam subdivisões e afastam o orçamento das necessidades do País.

“Para se ter uma ideia, só com Previdência, nós gastamos 57% do orçamento, enquanto com investimentos gastamos 3%. Claramente isso não reflete as nossas necessidades principais de país que precisa de infraestrutura como o Brasil”, completou.

Dyogo concordou que o Brasil deveria ter um nível de investimento muito maior. “Quando a gente compara o que estamos gastando com Previdência e com saúde, vê-se claramente que há grandes distorções que prejudicam os serviços públicos e a atenção às necessidades básicas da população.”

Fundo eleitoral

Questionado sobre a criação do fundo eleitoral, aprovado recentemente pelo Congresso, Dyogo explicou que essa novidade no orçamento será financiada com a redução das próprias emendas parlamentares e com uma verba que era aplicada para custeio da publicidade partidária e eleitoral, sem afetar as demais despesas do orçamento.

“É uma discussão da sociedade relevante uma vez que tivemos nos últimos anos muitos problemas com financiamento de campanha. Acredito que será experiência nova, substituir as fontes privadas, fontes de empresas, em muitos casos, empresas que são vinculadas a negócios com o governo, por uma fonte de financiamento pública, onde supostamente não há nenhuma vinculação com decisões posteriores daqueles que vierem a ser eleitos”, comentou.