Em meio a dúvidas sobre atrasos nos julgamentos com possibilidades de prescrição, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes garantiu nesta quinta-feira, 20, que não há “nenhum risco” de paralisia no STF em relação aos casos referentes à Operação Lava Jato.

Para ele, quando o modelo da Constituinte foi elaborado, seus autores não imaginavam que haveria tanta investigação e práticas criminais em um ambiente político. “Hoje, temos metade do Congresso, talvez algo mais, investigada no STF, então esse é um dado estatístico inescapável, não há o que discutir”, afirmou.

Mendes também disse não ter claro se o momento é o mais adequado para reivindicação de mudança de foro, como sugerem algumas correntes e investigados. “Não sei se é oportuno tentar fazer uma mudança casuística, diria quase ‘macunaímica’ agora, aproveitando-se de que este discurso de que o foro é inadequado”, considerou.

O ministro conversou com jornalistas no último dia do V Seminário Luso-Brasileiro de Direito, promovido na capital portuguesa pela Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (EDB/IDP) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).