O fracasso de não  vingar a reforma da Previdência encaminhada pelo governo federal ao Congresso Nacional seria fatal para a economia do País, na avaliação do presidente do Insper, instituição sem fins lucrativos de ensino superior e pesquisa, Marcos Lisboa. Ele participou nesta quarta-feira, 05, do debate “Reforma da Previdência” promovido pela revista DINHEIRO, em São Paulo.

Lisboa lembrou que o modelo previdenciário no Brasil entrará em colapso porque a população envelhece rapidamente e o número de trabalhadores em relação aos que trabalham e contribuem com a Previdência Social diminui de forma acelerada.

“Tínhamos há três ou quatro décadas cerca de nove trabalhadores para cada aposentado no Brasil. Este número deve cair para 2,5 considerando-se que a minha geração tinha em média seis filhos por casal. Hoje, menos de dois filhos”, afirmou.

Lisboa acredita que a reforma está atrasada e o risco de não fazê-la adequadamente coloca em xeque a economia brasileira. “Estamos atrasados, fomos irresponsáveis, fingimos que o problema não existia”, disse.

O efeito colateral de curto prazo de um fracasso na reforma da Previdência, na visão de Lisboa, seria um aumento da inflação e conseqüente dos juros. “No longo prazo, a percepção de risco do Brasil não pagar suas dívidas, entrar em default daqui a alguns anos, não está descartado”, concluiu.