O executivo Marco Schroeder assumiu a presidência da Oi em 10 de junho de 2016. Dez dias depois, a empresa de telefonia entrou com um pedido de recuperação judicial de R$ 65,4 bilhões, o maior da história brasileira. Desde então, Schroeder está no fogo cruzado entre os acionistas e credores para tentar encontrar uma saída para a Oi. Na quinta-feira 6, ele falou à DINHEIRO:

Há risco iminente de intervenção na Oi?
Honestamente, não vislumbro nenhuma necessidade iminente. Obviamente, a Anatel precisa estar preparada para que num cenário de stress o serviço continue. Mas todos os indicadores operacionais da Oi são positivos. Aumentamos nossos investimentos em quase 18% em 2017. Os indicadores de qualidade estão melhorando. Não existe nenhum risco para os serviços.

Mas os acionistas e credores estão demorando a chegar a um acordo. O governo tem se mostrado preocupado com isso.
Os dois lados estão defendendo suas posições de maneira dura. Mas eles precisam entender suas responsabilidades e não radicalizar e atacar a companhia. Se fizerem isso, vão estar destruindo o valor da Oi. Sempre digo: não existe solução a não ser a negociação. Mas, num cenário de médio prazo, se não chegarem a um acordo, o governo vai ter de mediar uma solução entre as duas partes.

O sr. vislumbra algum prazo para se chegar a um consenso sobre o plano de recuperação judicial?
Se tudo acontecer dentro do cronograma, a assembleia geral dos credores deve ocorrer no terceiro trimestre. Estamos cumprindo todos os prazos legais. Evoluímos bastante na negociação. Uma das demandas era ter “equity” (ações). O novo plano entrega 25% da empresa para os credores. Mas até o dia da assembleia vai haver muita conversa entre acionistas e credores. Faz parte da negociação. Vamos continuar conversando.

O sr. defendia que a empresa não precisava de aportes. Ainda mantém essa posição?
A companhia não precisa de dinheiro novo. Ela gera caixa e consegue fazer seus investimentos. Mas há bancos e até os atuais acionistas que estão defendendo um aumento de capital. Acreditava que o processo de recuperação judicial seria em duas etapas. Uma tratava dos acionistas e credores. Depois, resolvida essa questão, poderia se pensar em novos aportes. Não vejo problema de conversar agora. Preciso de recurso novo? Não. Mas claro que o caixa sai fortalecido para olhar outros investimentos e fusões com outras empresas.