O executivo Octavio de Lazari Junior, futuro sucessor de Luiz Carlos Trabuco Cappi na presidência executiva do Banco Bradesco, venceu a corrida sucessória no segundo maior grupo financeiro privado do País com um discurso que concilia passado, presente e futuro. Sua missão é renovar o legado dos seus três antecessores – Amador Aguiar, Lázaro de Mello Brandão e Trabuco –, conquistando os clientes da geração digital sem descuidar daqueles que frequentam suas agências e garantem, diariamente, o ganha-pão da empresa. “Não existe bala de prata”, afirmou Lazari à DINHEIRO pouco depois de ter seu nome confirmado. Confira um trecho da entrevista (a íntegra será publicada na no site e na próxima edição impressa da revista):

Quais são seus planos à frente do Bradesco? Como vai dirigir a transição do banco para esse novo mundo digital?

Estou indicado e serei ratificado pela assembleia de acionistas, no dia 2 de março. Portanto, temos um tempo até lá para discutir isso tudo com o Trabuco e os novos conselheiros (Domingos Figueiredo de Abreu, Alexandre da Silva Glüher, Josué Augusto Pancini e Maurício Machado de Minas). Um fato é primordial. Minha obrigação, meu compromisso, não é nem dar continuidade ao legado do seu Aguiar, do seu Brandão, do seu Trabuco, mas renovar esse espírito de crescimento e de liderança dos meus antecessores. E, a partir daí, fazer o trabalho que precisa ser feito. Não há uma bala de prata, há uma seria de coisas para fazer.

Por exemplo?

Continuar fazendo crescimento orgânico do banco, continuar oferecendo conveniência pelos canais digitais, fazer isso de uma forma que facilite a vida do cliente lá na frente. Saber lidar com os clientes. Tem uma coisa muito importante que precisamos sempre lembrar: somos um banco com mais de 30 milhões de clientes. Falamos muito do mundo digital, que é inexorável e fundamental, mas todo dia, quando abrimos as nossas agências e nossos mais de 10 mil pontos de atendimento, convivemos com quatro gerações de pessoas. Todo dia convivemos com o boomers, os baby boomers, a geração Y, a geração Z. Então, temos que entregar conveniência e ter atendimento adequado para conviver com quatro gerações.

Ser digital sem abrir mão do relacionamento, é isso?

Isso! O Bradesco é formado por dois pilares, pessoas e tecnologia. A tecnologia está a serviço do negócio, a serviço do cliente, para entregar conveniência, onde e quando ele quiser. Mas, no dia em que ele quiser falar com uma pessoa e tirar suas dúvidas, temos um pilar de pessoas para atendê-lo. Não abrimos mão do relacionamento. É isso o que pereniza o banco.

Faz sentido manter a rede de agências físicas deste tamanho?

Nossa rede de agências vem passando por uma busca de eficiência. No ano passado, fechamos mais de 500 agências. Tinha muita agência sobreposta, fechamos algumas, mantivemos outras e até abrimos outras. Com a evolução da tecnologia, não precisamos de agências tão grandes como antes, elas podem ser menores. Mas a presença física das nossas agências, onde precisa ter continuaremos a ter. Ela é um ponto de referência, um ponto de encontro de nossos clientes.

(Confira a íntegra da entrevista no site da DINHEIRO a partir de quinta-feira, 8)