Há 37 anos, Luiz Barsi Neto iniciou seus investimentos no mercado financeiro. Teve como professor o pai, Luiz Barsi Filho, hoje o maior investidor pessoa física da bolsa de valores brasileira. De lá para cá, mudou a forma como investe seu dinheiro. “Não compro papéis no IPO (oferta pública inicial de ações, em português), mas invisto em criptomoeda”, afirma.

Barsi Neto, formado em Contabilidade e Economia, acredita que as ideias que os jovens vão introduzindo no mercado, como novos produtos e operações, são importantes. “Não dá para pegar uma tese de 60 anos e nunca melhorá-la”, aponta. “As coisas mudam e é preciso saber sair para não morrer abraçado à jiboia.”

O convidado do novo episódio do MoneyPlay Podcast, programa voltado para o mundo das finanças, apresentado pelo educador financeiro Fabrício Duarte, conta como é ser filho de uma lenda do mercado financeiro, as mudanças dos investidores ao longo dos anos e suas apostas no mercado atualmente.

Por que não IPO?

Sobre as ações no IPO, Barsi Neto diz que no passado teve situações que foram prejudiciais e ficou mais seleto, por isso não investe atualmente. “É preciso ter um histórico mínimo da empresa no mercado financeiro para apostar nela. Dois a três anos já são suficientes para saber se a empresa vai ser perene na bolsa.” 

Como exemplo de perenidade na B3, o investidor cita os de setores Elétrico, Saneamento, Financeiro, Telecomunicações e Papel & Celulose. Mas o economista reconhece que o mercado muda rapidamente. “Em um momento você tem uma empresa centenária e no outro ela é adquirida por outra mais nova”, exemplifica. “O investidor tem que estar apto a mudar também.”

Criptomoedas

Há 10 anos, quando ouviu falar pela primeira vez em criptomoedas, Barsi Neto não apostava no ativo. “Seguia o que meu pai dizia: não tem lastro”, relembra. Por influência do filho mais velho, ele diz que estudou o assunto para entender como ele funciona. “É basicamente uma planilha de crédito e de débito.”

Hoje, o investidor tem uma carteira só de ETFs (exchange-traded fund, um fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) referenciado em um índice de criptomoedas. 

“O mundo evolui. Há 30 anos ninguém pensaria em dinheiro de plástico. Hoje, já é digital”, compara. “Como agentes autônomos, precisamos conhecer coisas novas, estudar, saber o que está acontecendo e mostrá-las aos clientes.”

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