O primeiro trimestre foi um período próspero para o sistema financeiro. Três dos gigantes do varejo apresentaram resultados melhores que os de 2021. Na quarta-feira (11), o Banco do Brasil anunciou um lucro trimestral recorde de R$ 6,6 bilhões, alta de 34,6% em relação ao mesmo período de 2021. Dois dias antes, na segunda-feira (9), o Itaú Unibanco, presidido por Milton Maluhy Filho (dir.), havia divulgado um lucro líquido ajustado de R$ 7,3 bilhões, alta de 15% na comparação anual. E, no dia 5 de maio, o Bradesco, presidido por Octavio de Lazari Junior, havia anunciado um lucro de R$ 6,82 bilhões, alta de 5% frente a 2021. Nos três casos, o resultado foi alavancado pelo bom desempenho do setor de cartões, devido ao crescimento do comércio eletrônico. Ao comentar os resultados, Lazari afirmou que “apesar do aumento da Selic, a originação de crédito, mantém boa dinâmica, pois as pessoas voltaram ao consumo.” Maluhy afirmou que o foco era elevar os limites e intensificar as relações com os clientes. Tratando dos bancos de investimento, o BTG Pactual também divulgou bons resultados, informando um lucro consolidado de R$ 1,942 bilhão, alta de 65% ante o R$ 1,176 bilhão do mesmo período de 2021.

FRIGORÍFICO
Lucros: o da JBS sobe, o da Minerva cai 

JBS e Minerva anunciaram seus resultados do primeiro trimestre na quarta-feira (11). Em números consolidados, a JBS lucrou R$ 5,1 bilhões, alta de 151% na comparação anual. O faturamento cresceu 20,8% para R$ 90,9 bilhões. Já o lucro da Minerva Foods caiu para R$ 114,6 milhões, baixa de 55,8% na comparação anual, apesar da alta de 24,6% no faturamento, que foi de R$ 7,23 bilhões. A explicação está no dólar. As exportações responderam por 70% do faturamento. Porém, ao se proteger contra a desvalorização do real, a Minerva perdeu dinheiro quando a moeda brasileira se apreciou em relação à americana.

TELECOMUNICAÇÕES
Custos afetam desempenho da Vivo

O resultado divulgado pela Vivo na terça-feira (10) frustrou o mercado e as ações caíram mais de 2%. A empresa anunciou aumento de 4,6% na receita líquida para R$ 11,4 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Porém, isso não foi o suficiente para evitar a redução de 20,4% no lucro líquido na comparação com 2021, totalizando R$ 750 milhões. O resultado foi prejudicado pela alta dos custos, que subiram 7% tanto para a venda de aparelhos como de serviços. A geração de caixa medida pelo Ebitda subiu 1,3%, para R$ 4,5 bilhões.

ALUMÍNIO
CBA reverte prejuízos

A alta de 56% nos preços do alumínio no mercado internacional no primeiro trimestre impulsionou os resultados da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). A empresa controlada pelo Grupo Votorantim reverteu prejuízo de R$ 133 milhões no início de 2021 para um lucro de R$ 426 milhões neste ano. A receita líquida consolidada subiu 31% na comparação anual, para R$ 2,3 bilhões. A geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado bateu novo recorde trimestral, comalta de 53%, para R$ 552 milhões. A expectativa é de que as cotações internacionais do metal sigam em alta, beneficiando a indústria, apesar da demanda doméstica mais fraca.

DESTAQUE DO PREGÃO
Retração afeta números de Assaí e Via

Divulgação

A rede de atacarejo Assaí lucrou R$ 214 milhões no primeiro trimestre de 2022, queda de 10,8% ante igual período de 2021. A receita líquida chegou a crescer 21,1%, para R$ 11,44 bilhões entre janeiro e março, e a geração de caixa medida pelo Ebitda também subiu 17,3%, para R$ 752 milhões. No entanto, a margem Ebitda ajustada caiu 0,2 ponto percentual, para 6,6%. A empresa informou que o controle de despesas ajudou, mas só compensou em parte o impacto da abertura recorde de lojas de 32 lojas nos últimos 12 meses. O contexto macroeconômico desafiador também afetou outra varejista. A Via encerrou o primeiro trimestre de 2022 com uma queda de 90% em seu lucro líquido contábil, para R$ 18 milhões. O resultado operacional medido pela Ebitda ajustado da Via ficou em R$ 758 milhões, alta de 29,8%.