O ano de 2021 foi tumultuado para o varejo. De um lado, o cenário de covid ainda incerto, com várias ondas e abertura gradual do comércio, o que começou a melhorar de forma mais definitiva com o avanço da vacinação no segundo semestre. Por outro lado, inflação e perda do poder de compra do consumidor. Ao mesmo tempo, uma demanda reprimida de consumo e de frequência em lojas físicas que balanceou em parte essa equação. Nesse panorama, a Lojas Renner S.A prosperou. Investindo em uma estratégia omnichannel robusta, a empresa fortaleceu suas lojas físicas, abrindo 32 novas unidades, ampliou suas vendas on-line com a abertura de um marketplace e buscou melhoria em logística, com a criação de um novo centro de distribuição para agregar todas as marcas do grupo. Como resultado, obteve receita líquida de R$ 9,5 bilhões em 2021 e a base de clientes omni subiu 46% ante 2020, garantindo um tíquete médio de compra três vezes maior. “Temos trabalhado para ser um ecossistema cada vez mais relevante para os nossos clientes. Cada vez mais encantador”, disse o CEO da Lojas Renner S.A, Fabio Faccio.

Na estratégia da Renner, três pilares: produto, experiência do consumidor e sustentabilidade. De acordo com Faccio é com esse direcionamento que as ações da empresa são pensadas. Na vertical do produto, foram desenvolvidas estratégias para garantir o melhor sortimento em todas as marcas e, em um movimento mais ousado, a Renner abriu um market place. Sem a pretensão de ser um grande agregador de sellers, ele foi pensado para oferecer mais produtos dentro do universo de lifestyle que a empresa se insere, baseados nas pesquisas dos clientes. Atualmente, são mais de 330 sellers no market place da Camicado e 310 no de Renner, nomeado Alameda Renner. Esse movimento permitiu que a Renner mais que dobrasse o sortimento do digital no ano passado e o canal já representa 7,5% do GMV Digital da companhia no segundo trimestre de 2022.

Considerando o pilar experiência do consumidor, entra a grande estratégia omni. Com o cliente escolhendo onde comprar, o movimento da varejista é estar em todos os lugares. Seja com os pontos de lojas físicas, que considerando todas as marcas já somam mais de 650 unidades ou com as vendas on-line. Nesse universo digital, além do marketplace, entra o fortalecimento do e-commerce, que segue em ritmo de crescimento tanto em 2021, comparado ao recorde no ano anterior devido às lojas físicas fechadas, como no primeiro semestre de 2022, quando as lojas físicas já apresentavam forte desempenho. No consolidado de 2021, o e-commerce cresceu 49,9% em vendas, atingindo um GMV de R$ 1,6 bilhão, o que representa 13,5% do GMV total da companhia. Em outra linha das vendas digitais, há o fortalecimento das redes sociais enquanto ferramenta de compra. O Favoritos Renner, programa de afiliados da empresa, cresceu 12 vezes comparado a 2020 e o WhatsApp cresceu 10 vezes nas vendas. Juntos, esses novos canais já representam 25% do GMV total das vendas digitais da empresa. “Agora é um momento melhor, porque as pessoas não vão para um canal ou outro por restrições, mas por preferência”, disse Faccio.

Fabio Faccio. Empresa: Renner SA. Cargo: CEO. Destaques da gestão: Com foco em três pilares (produto, experiência do consumidor e sustentabilidade) a empresa conseguiu vencer as adversidades econômicas para expandir seus negócios.

“O que tentamos trabalhar internamente é que em qualquer cenário a gente possa aproveitar as oportunidades de melhorias que temos” Fábio Faccio, CEO da Renner.

Ainda na estratégia omni foram feitos diversos investimentos em logística, com a construção de um CD em Cabreúva (SP) de 163 mil m2 para atender as operações das lojas física e digital de todo o grupo. No primeiro semestre de 2022, a operação da Camicado no local já estava funcionando e as demais marcas estão previstas para o último trimestre de 2022. O espaço pretende melhorar os níveis de serviço, diminuindo o tempo de abastecimento das lojas e de entrega dos produtos aos consumidores. A construção fez parte dos investimentos de mais de mais de R$ 1 bilhão realizados no último ano.

Já no patamar sustentabilidade, 2021 representou o fim de um ciclo de metas iniciado em 2018. Nele, foram feitos compromissos para que 75% da energia da operação corporativa fosse proveniente de fontes de baixo impacto e renováveis, também se propôs que toda a cadeia de fornecedores possuísse certificados socioambientais, além de ter 80% dos produtos com menos impacto ambiental, com o selo Re Moda Responsável. Todas as metas foram batidas ou superadas, e de quebra a empresa ainda comprou, em 2021, a Repassa, plataforma de venda de roupas, calçados e acessórios usados. O novo ciclo de compromissos ambientais vai até 2030 e inclui 12 objetivos para todo o ecossistema focado em três pilares: soluções climáticas (meta de ser carbono zero até 2050), de inclusão e de diversidade, para si seus fornecedores parceiros.

Com a experiência de quem já passou por um momento de grande provação, Faccio vê o futuro com otimismo, olhando para o copo meio cheio e para a solução. “O que tentamos trabalhar internamente é que seja qual foro cenário a gente possa aproveitar as oportunidades de melhorias que temos”, afirmou.

Sua expectativa é seguir no mesmo patamar de investimentos do ano passado, que somou R$ 1 bilhão, considerando a abertura de lojas — o que tem se mostrado um grande amplificador de vendas nos canais digitais para as regiões que recebem a nova unidade, com aumento de até 30% — e fortalecimento do tripé de desenvolvimento. No futuro da Lojas Renner, o objetivo é ser o maior e melhor ecossistema de moda e lifestyle do País.