Recente pesquisa comandada pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU, e a Stilingue, plataforma de monitoramento de redes sociais, trouxe um dado que acende forte luz amarela sobre a efetividade das ações ESG (ambiental, social e governança) no Brasil. Aliás, uma não: três.

De acordo com os 308 membros da rede do Pacto Global entrevistados, somente 51% afirmaram ser incentivados a considerar práticas com impactos sociais mais positivos em seu trabalho; 50% para impactos ambientais; e 48% para impactos de governança. Leve em conta que os entrevistados são das áreas de sustentabilidade (40%), profissionais com cargos de gestão geral (26%), compliance (8%) e somente 9% são de outras áreas que em teoria podem não ter nenhum tipo de ligação com a agenda. Como 100% deles trabalham em empresas que voluntariamente se associaram ao Pacto Global, não há o que justifique que cerca de metade dos respondentes não tenha as boas práticas como norte absoluto do seu trabalho. Opa, há sim uma explicação: greenwashing ou social washing.

Em outras palavras, ações socioambientais feitas somente para gerar marketing, mas pouco efetivas quanto ao real impacto positivo na sociedade. Além de irresponsáveis, uma hora ou outra essas empresas serão punidas pelo consumidor ou pelo capital.

(Nota publicada na edição 1224 da Revista Dinheiro)