Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro chega a Roma, onde participa da reunião do G20, no início da tarde de sexta-feira, e incluiu na viagem também uma agenda pessoal: vai à cidade dos seus antepassados receber o título de cidadão honorário.

A agenda do presidente prevê sua chegada na capital italiana às 12h45 (horário local) e um único compromisso, a reunião bilateral com o presidente da Itália, Sergio Mattarella — uma praxe, já que o presidente do país anfitrião recebe todo os chefes de Estado que participam da cúpula.

Apesar de o Ministério das Relações Exteriores ter informado que outras reuniões bilaterais estariam sendo negociadas, até agora –dois dias antes do início do encontro– nada foi confirmado.

De acordo com a agenda do G20 e o previsto pelo Itamaraty, Bolsonaro passa o sábado e o domingo nas reuniões da cúpula, onde vai acompanhado de vários ministros, entre eles Paulo Guedes, da Economia, e João Roma, da Cidadania, dois dos principais envolvidos nas negociações para aprovação da Proposta de Emenda à Constituição dos Precatórios.

No sábado, depois da recepção dos chefes de Estado e da foto oficial, a primeira reunião irá tratar da economia e saúde globais depois da pandemia de Covid-19. O segundo dia é dedicado a painéis sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável –o tema tem sido central em todos as cúpulas mundiais mesmo as focadas na economia.

A maior parte dos líderes mundiais que estarão em Roma deixam a capital direto para Glasgow, para a Cop26, onde será discutida justamente as mudanças climáticas, o impacto econômico e os compromissos dos países para tentar mudar o cenário. O presidente brasileiro, no entanto, não vai a Glasgow.

Bolsonaro optou por continuar na Itália. Na segunda-feira, visita a pequena cidade de Anguillara Veneta, de onde imigraram seus bisavós para o Brasil. Na semana passada, a Câmara dos Vereadores local aprovou a concessão do título de cidadão honorário para o presidente, em uma decisão polêmica e que desagradou muita gente na cidade.

Jornais da região registram protesto de alguns moradores e reclamações quanto à decisão de dar o título a Bolsonaro, mas a prefeita da cidade de 20 mil habitantes justifica que o título não é dado “ao homem, mas ao representante de um país”. Uma festa está sendo preparada para receber Bolsonaro.

O presidente brasileiro vai ainda a Pistoia, também na região, para visitar um cemitério onde estão enterrados 500 pracinhas brasileiros que lutaram na segunda guerra mundial.

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