O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, discursa durante a premiação

Na noite da quinta-feira 13, em evento na cidade de São Paulo, a Editora Três celebrou mais uma edição de AS MELHORES DA DINHEIRO. Trata-se da principal premiação empresarial do País, na qual as melhores companhias de 26 setores são destacadas pelo seu desempenho nas seguintes áreas: gestão financeira, governança corporativa, responsabilidade social, recursos humanos e inovação e qualidade. São verdadeiras campeãs num ambiente econômico e político tão nebuloso.

A premiação, ocorrida na casa de shows Tom Brasil, reuniu centenas de empresários e executivos, que representam boa parte do PIB brasileiro. No coquetel, que antecedeu a entrega dos troféus, o tema principal nas rodas foi o cenário eleitoral completamente indefinido a menos de um mês do primeiro turno. Ninguém se arriscava a cravar quem será o presidente do Brasil a partir de 2019.

A avaliação quase unânime dos presentes era a de que a tendência de polarização entre a direita (candidato Jair Bolsonaro) e a esquerda (candidatos Ciro Gomes e Fernando Haddad) vai gerar uma enorme volatilidade no mercado financeiro e a paralisia total dos investimentos no País. “Se eu não sei qual maluco vai vencer, não tenho como investir”, afirmou um empresário, claramente insatisfeito com as últimas pesquisas eleitorais. Para muitos, a estagnação de Geraldo Alckmin é praticamente irreversível.

A economia brasileira vive um dos períodos mais críticos de ausência de investimentos. Além da incerteza eleitoral, a elevada ociosidade nas fábricas é apontada pelos executivos como uma justificativa para se colocar o pé no freio. Há honrosas exceções, é claro. Empresas que não desistiram de inovar durante a crise. A Brinquedos Estrela, por exemplo, investiu no varejo de cosméticos para crianças e numa coleção de livros infantis. “Não posso ficar de braços cruzados esperando soluções milagrosas de Brasília”, diz Carlos Tilkian, presidente da Estrela.

Em seu discurso no evento, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, ressaltou a importância de a grave questão fiscal ser encarada como prioridade pelo próximo governo. Na lista de medidas urgentes, a reforma da Previdência Social continua sendo a mais importante para gerar um equilíbrio nas contas públicos no longo prazo.

Os empresários concordam com a necessidade de uma agenda de reformas, sem espaço para propostas populistas. O tema, no entanto, não é consenso entre os candidatos, principalmente os mais alinhados à esquerda, o que tem alimentado especulações contra o real e a Bolsa de Valores. Na festa do PIB, quem brilhou – negativamente – foi o risco eleitoral.