Em menos de 15 dias, líderes mundiais se reunirão em Glasgow, na Escócia, na tão aguardada COP-26 com a missão de discutir compromissos e — espera-se­­ — ações práticas contra o aquecimento global. Com uma matriz energética limpa e 58% do território coberto por florestas, o Brasil tem todas as credenciais ambientais para liderar a economia de baixo carbono.

Mas atitudes políticas vão na contramão: o governo Bolsonaro anunciou plano de investir R$ 20 bilhões para renovar o parque de usinas de carvão mineral. Isso, a despeito do seu ciclo de produção ser o que mais emite CO2 na atmosfera (27% , enquanto o segundo lugar é da indústria de cimento com 21%), promover o desmatamento, e de seu consumo como fonte primária de energia na indústria global estar em queda: de 21% em 1990 para 17% em 2016. Já a biomassa – energia que o agro brasileiro pode gerar com excedentes — cresceu de 50% a 52% na mesma comparação. Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1245 da Revista Dinheiro)