Enquanto a maior parte das montadoras registrou retração na China – o principal mercado automotivo do mundo –, a Toyota anunciou o aumento de vendas. Segundo a montadora japonesa, o comércio no mercado chinês cresceu 14% no último ano, totalizando 1,5 milhão de unidades. Em comparação, a Ford teve tombo de 47% e a GM de 10%, enquanto a Volkswagen praticamente manteve o mesmo nível de vendas.

O mercado chinês estava em franca expansão há décadas, impulsionado pelos constantes saltos no PIB e aumento do poder aquisitivo da população. Porém, a desaceleração da economia no último ano, a retirada de subsídios e as tensões comerciais com os Estados Unidos estão esfriando a situação.

Para analistas, a Toyota resistiu aos reveses por uma série de fatores, entre eles a intensificação das ações da empresa no mercado chinês, a isenção de tarifas de importação que prejudicaram as montadoras concorrentes e a qualidade dos seus veículos híbridos.

A escalada da guerra comercial com Washington fez Pequim aumentar as tarifas para importação de veículos produzidos nos Estados Unidos. A medida atingiu grandes montadoras, como BMW e Mercedes-Benz, que viram os lucros derreterem. A Toyota, que tem a maior parte dos veículos exportados para a China a partir das suas fábricas no Japão, aproveitou a oportunidade para aumentar o mercado no país asiático.

A expectativa da montadora em aumentar os investimentos na China conquistou a simpatia das autoridades locais. No último ano, foi divulgado que a Toyota triplicaria a produção de veículos nas fábricas chinesas, informação que não é confirmada pelos executivos.

A tradição em veículos híbridos também ajudou a empresa a se manter em alta em um momento de dificuldades. A China já anunciou uma série de medidas para diminuir a emissão de gases poluentes, inclusive no mercado automotivo. Com opções híbridas, mais baratas que os movidos apenas à eletricidade, a Toyota consegue oferecer um produto mais econômico e atrativo para os consumidores.