O bilionário Elon Musk difundiu neste domingo (30), no Twitter, um rumor sobre a agressão ao marido da líder democrata da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, aumentando os temores de que sua aquisição da rede social proporcione um aumento dos discursos de ódio e da desinformação na plataforma.

“Existe uma pequena possibilidade de que as aparências enganem”, escreveu o magnata em referência ao ataque a Paul Pelosi, cuja mensagem redirecionava para o site conservador Santa Monica Observer, que difundiu informação não verificada sobre o incidente.

Este portal já havia publicado teorias da conspiração e informações falsas no passado, segundo o jornal Los Angeles Times.

Paul Pelosi foi agredido em sua casa em São Francisco na sexta-feira por um homem com um martelo, que estaria, na realidade, em busca de Nancy Pelosi. O marido da congressista sofreu traumatismo craniano e permanece hospitalizado.

Musk escreveu seu tuíte em reação a outro da ex-candidata presidencial democrata Hillary Clinton, que criticava as teorias conspiratórias promovidas pelo Partido Republicano.

“O Partido Republicano e seus porta-vozes agora propagam regularmente discursos de ódio e teorias da conspiração completamente loucas”, escreveu Hillary. “É impactante, mas não surpreendente, que a violência seja o resultado”, acrescentou.

A reação de Musk, por sua vez, suscitou uma série de comentários.

“Clinton: as teorias da conspiração estão matando pessoas e não deveríamos amplificá-las. Dono do Twitter: Mas você já considerou esta teoria da conspiração?”, ironizou o cientista político da Universidade de Denver, Seth Masket, depois do tuite de Musk, que marcou como inapropriado para a rede social.

O excêntrico bilionário, proprietário da Tesla e SpaceX, afirmou em diversas ocasiões que pretende tornar o Twitter uma espécie de praça pública digital, onde todos sejam livres para se expressar.

Porém, com o objetivo de tranquilizar seus anunciantes após a aquisição da rede social, Musk se comprometeu a dotar a empresa de um “conselho de moderação de conteúdo” para tomar decisões.

Apesar dessas declarações, poucos dias depois da mudança de proprietário, a rede social passou a ser alvo de campanhas coordenadas de “trolls” que querem colocar à prova sua política de moderação, disse o chefe de segurança do Twitter.

“Durante as últimas 48 horas, vimos um pequeno número de contas publicar uma tonelada de tuítes que incluem insultos e outros termos depreciativos”, disse o gerente de integridade da plataforma, Yoel Roth.

“Para se ter uma ideia da escala: mais de 50.000 tuítes que usaram repetidamente um insulto em particular vinham de apenas 300 contas”, detalhou. “Quase todas” essas contas são falsas, garantiu.

Roth reiterou que “o discurso de ódio não tem lugar” no Twitter, já que as políticas de moderação da rede não “mudaram”, e que a empresa está tomando medidas para “deter qualquer esforço organizado para fazer com as pessoas achem o contrário”.