À primeira vista, é o mobiliário que chama a atenção. À direita está o grande navio, com espaço para deitar e uma escada que leva os leitores para o segundo piso; à esquerda, o trem com seus vagões. Ao fundo, desenhos do animador e diretor de cinema Alê Abreu e as prateleiras, instaladas na altura das crianças, são um convite para entrar, sentar e mergulhar nos mil títulos que compõem o acervo inicial do Espaço de Leitura Semear Leitores, inaugurado esta semana, dentro do Museu da Imigração do Estado de São Paulo.

É justamente o acervo o principal atrativo do mais novo espaço de leitura da capital paulista, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Pensado para crianças e jovens, ele reúne livros de escritores e ilustradores brasileiros e estrangeiros clássicos, como Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Marina Colasanti, Eva Furnari, Clarice Lispector, José Saramago, Edgar Allan Poe e Julio Verne, e também da geração pós anos 2000, como Fernando Vilela, Odilon Moraes, André Neves, José Carlos Lollo, Blandina Franco e Stephen Michael King. Há prosa e poesia, livros ilustrados e apenas com imagem, e aqueles com projetos gráficos criativos e sofisticados.

O ponto alto são os livros com as temáticas migração, deslocamento e viagens. Quem entrar no espaço encontrará, por exemplo, a coleção Meu Avô (Panda Books), composta por obras que retratam avôs de diferentes nacionalidades, e Mapas – Uma Viagem Deslumbrante pelas Terras, Mares e Culturas do Mundo, dos poloneses Aleksandra e Daniel Mizielinscy, que reúne 55 mapas em página dupla de 46 países, com 4 mil ilustrações detalhadas.

Lá também estão Migrar, dos espanhóis José Manuel Mateo e Javier Martínez Pedro (Pallas), e A Chegada, do australiano Shaun Tan (SM). Sobre a questão do refúgio, as crianças encontrarão, entre outros títulos, Dois Meninos de Kakuma, da brasileira Marie Ange Bordas (Pulo do Gato), e Refugiados, dos brasileiros Ilan Brenman e Guilherme Karsten (Moderna).

Segundo Alessandra Almeida, diretora executiva do museu, o projeto, desenvolvido pela Fundação Bunge, foi adaptado para se integrar ao espaço. “O mobiliário, as ilustrações e os livros estão totalmente relacionados com a temática dos movimentos migratórios e da própria hospedaria para imigrantes no Brás”, conta.

Atualização

Além de criar o espaço e selecionar o acervo, a Fundação Bunge vai atualizá-lo anualmente e treinar o mediador de leitura que ficará no local, promovendo atividades como contação de histórias, oficinas e workshops. O projeto é o 33.º espaço de leitura que a fundação implementa e mantém no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.