Por Ilze Filks

GLASGOW (Reuters) – A COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, que começa em Glasgow esta semana, foi anunciada como uma chance de sucesso ou fracasso na tentativa de salvar o planeta dos efeitos mais catastróficos da mudança climática.

Adiada em um ano por conta da pandemia de Covid-19, a COP26 visa manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais –o limite que os cientistas dizem que evitaria as consequências mais destrutivas.

“Precisamos sair de Glasgow dizendo com credibilidade que mantivemos os 1,5°C vivo”, disse Alok Sharma, presidente da COP26, neste domingo, no momento em que algumas delegações começam a chegar à cidade escocesa.

“Já estamos em situação de aquecimento global em 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais”, disse ele à Sky News. “Com 1,5ºC, alguns países ficarão submersos, e é por isso que precisamos chegar a um acordo aqui sobre como lidaremos com a mudança climática na próxima década.”

Cumprir a meta de 1,5ºC, acordada em Paris com grande alarde em 2015, exigirá maior vontade política e maior trabalho diplomático para compensar a ação insuficiente e as promessas vazias que têm caracterizado grande parte da política climática global.

A conferência precisa garantir compromissos mais ambiciosos para reduzir ainda mais as emissões, garantir bilhões em financiamento climático e concluir as regras para implementar o Acordo de Paris com o consentimento unânime dos quase 200 países que o assinaram.

Mas há um trabalho enorme a ser feito.

Em cúpula em Roma, os líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo concordaram em uma declaração final no domingo que pede uma ação “significativa e efetiva” para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, mas oferece poucos compromissos concretos.

O G20, que inclui Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, é responsável por cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.