Mais um termo está prestes a cair na categoria de buzzword, palavras que de tão usadas perdem o significado. Avizinha-se à sustentabilidade e à transformação digital, o acrônimo ESG (ambiental, social e de governança).

Criado em 2004 pelo Pacto Global e Banco Mundial, surgiu como uma provocação a instituições financeiras, sobre como integrar os três fatores à anàlise de risco no mercado de capitais. A questão é que agora tudo virou ESG.

Segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos fundos mútuos na Europa estarão vinculados a critérios ESG, US$ 8,9 trilhões. No Brasil, fundos rotulados captaram cerca de R$ 2,5 bilhões em 2020. Os dados foram compilados no estudo Carteira de Investimento ESG, publicado pela Neoway. “O ESG surgiu para colaborar com um mundo mais justo e sustentável, em que os recursos do planeta sejam usados de forma responsável”, disse Kadu Monguilhott, CEO da empresa.

Na prática, porém, as empresas patinam. Segundo o estudo obtido pela DINHEIRO, em maio de 2021 existiam mais de 37 mil empresas brasileiras com licenças ambientais em situação irregular. Os cinco setores mais impactados são varejo (23%), bens de consumo (13%), química-petroquímica (8%), transporte (7%) e atacado (7%). No social, mais desencanto. Mais de 30 grandes empresas têm seus nomes envolvidos na lista de trabalho escravo. Já em governança os setores mais expostos são o agropecuário e o de transportes.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1232 da Revista Dinheiro)