Há 100 anos, quando a família Ermírio de Moraes criou a Votorantim, fez nascer algo mais que uma empresa. Havia ali o compromisso de gerar impacto positivo para a sociedade, promovendo o desenvolvimento local e preservando o meio ambiente. Os pilares edificados pelos fundadores ainda hoje inspiram a forma de fazer negócios do grupo, que tem como atual CEO o administrador de empresas João Miranda.Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e com pós-graduação pela Wharton School, nos Estados Unidos, o executivo exerceu os cargos de vice-presidente e de CEO do Citibank antes de juntar-se à Votorantim, em 2009. Hoje, comanda um dos maiores conglomerados nacionais, atuação em 20 países e negócios que empregam diretamente mais de 40 mil pessoas em 536 unidades operacionais e administrativas. O Grupo Votorantim atua nos setores de cimento, mineração, metalurgia, aços longos, celulose, suco de laranja, energia e finanças. “Iniciar como uma tecelagem no interior de São Paulo e ter hoje presença global em vários setores é uma jornada e tanto”, afirma Miranda.

O ano do centenário chega ao fim com resultados que merecem ser celebrados. Entre os principais destaques estão os negócios exportadores — em particular a CBA (Alumínio) e a Citrosuco (Suco de Laranja). Também cresceram em 2018 as operações da Votorantim Cimentos fora do Brasil e a Votorantim Energia. Já a Nexa iniciou em outubro um novo projeto de mineração, no Mato Grosso, no qual investiremos R$ 1,5 bilhão. O Banco Votorantim também se destacou positivamente, com aumento expressivo de sua rentabilidade e avanços significativos em seu processo de digitalização.

A receita líquida cresceu 22% entre julho e setembro deste ano, alcançando R$ 9 bilhões. O EBITDA foi 30% superior ao obtido no terceiro trimestre do ano passado. “Creio que o mais gratificante é essa capacidade de se adaptar, de mudar os caminhos e continuar sendo o que somos, mantendo o nosso DNA de gestão e os valores extraídos de como a família Ermírio de Moraes vem conduzindo os negócios”, diz o CEO da empresa de origem familiar que, nos últimos anos, vem passando por transformações importantes na evolução da governança. Isso inclui, segundo Miranda, prover as empresas Votorantim de maior autonomia. “Investir e empreender são ações muito presentes na história da companhia, e mesmo nos cenários mais adversos, nossas empresas mantiveram um patamar relevante de investimentos. Mais recentemente, temos realçado nosso papel de investidor: ampliamos nossos investimentos em energia e temos avançado no setor imobiliário”, revela Miranda.

Além da busca permanete pela excelência na gestão, um traço importante da cultura da empresa é o compromisso com a educação. Em 2018, ano também de eleições, duas iniciativas merecem registro: o reforço da Parceria Votorantim pela Educação (PVE), e o lançamento de uma campanha de incentivo ao voto consciente. “A educação é a base de uma sociedade mais justa e ela proporciona melhores oportunidades para o progresso das pessoas”. A Parceria Votorantim pela Educação (PVE) é um programa que já existia há dez anos com resultados consistentes. “Em 2018, como referência ao nosso centenário, o programa foi ampliado para 100 cidades em que temos operações”, afirma. O PVE apoia cada município por quatro anos, atuando junto aos gestores públicos e, em média, a nota da educação básica (IDEB) da cidade tem uma aceleração de 35% em relação às outras cidades. Para o executivo, a educação forma cidadãos mais conscientes de seus direitos e deveres e o apoio ao voto consciente foi uma extensão natural do compro,misso com a educação.

“Como o nosso centenário coincidiu com um ano de eleições importantes para o Brasil — e considerando que temos a palavra ‘voto’ no nosso nome — decidimos verbalizar nossa postura de empresa cidadã”, diz Miranda. “Como empresa brasileira, a Votorantim acredita no País e na participação democrática como a maneira mais legítima de transformação da sociedade”. Quanto ao futuro, Miranda é otimista: “Nossas empresas continuarão a investir para se tornarem cada vez mais competitivas. Nosso orçamento prevê investimentos significativos em modernização e inovação”.


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