Sete executivos ganharam assento em torno da mítica mesa oval do Bradesco, na sede da Cidade de Deus, em Osasco (SP). Na segunda-feira 26, o conselho de administração, presidido por Lázaro de Mello Brandão, aprovou as promoções. Minutos depois, os conselheiros e os novos integrantes da diretoria executiva posaram para a foto que ilustra esta reportagem. 

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Promoções: o reforço da cúpula, em foto exclusiva obtida pela Dinheiro. Da esquerda para a direita: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme, conselheiro da administração; Luiz Carlos Trabuco Cappi; Alexandre Gluher; Luiz Carlos Angelotti; Antonio Bornia, vice-presidente do conselho de administração; Nilton Pelegrino; Denise Aguiar Alvarez, conselheira da administração; Josué Augusto Pancini, Lázaro de Mello Brandão; Alfredo Menezes; João Aguiar Alvarez, conselheiro da administração; e André Cano

 

Com o sorriso estampado no rosto, o grupo não esconde a satisfação diante do fotógrafo. É a primeira grande mudança na equipe comandada por Luiz Carlos Trabuco Cappi, no cargo há pouco mais de um ano. O Bradesco, fiel ao seu modelo de carreira fechada, privilegiou a prata da casa e alçou gestores departamentais à cúpula da organização.

 

Sem abrir mão do estilo cauteloso criado há quase sete décadas por Amador Aguiar, a organização renovou-se para disputar com mais vigor a nova fase do mercado bancário, mais focada no crescimento orgânico do que nas aquisições de concorrentes. 

 

“Nossa cultura é a valorização da carreira, que nada mais é que a promoção continuada de pessoas, num sistema de sucessão de talentos”, afirmou Brandão, ao anunciar as mudanças. Para oxigenar a organização, o sistema de rodízio entre os diretores de departamento foi acentuado.  Na briga pelos clientes nas agências de todo o Brasil, os comandantes das várias áreas precisam entender de todos os negócios do grupo.

 

“Intensificamos o rodízio para continuar o processo de formação de quadros com perfil multidisciplinar, preparando o futuro da organização”, disse Trabuco, que antes de assumir a presidência dirigia a Bradesco Seguros. Isso depois de passar por várias áreas de negócios. 

 

A estratégia é animar a tropa toda para conquistar os milhões de brasileiros que irão ascender socialmente, a exemplo dos 30 milhões que tornaram-se classe média nos últimos oito anos e viraram consumidores de serviços bancários. 

 

Os “novos” líderes, com suas caras conhecidas, serão os protagonistas da disputa com outros gigantes do varejo, como Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander. “Para os próximos dez, 20 anos, precisamos ter um posicionamento de mercado inovador, moderno, mas com valores arraigados em nossa cultura”, acrescenta Trabuco. 

 

Esse trabalho começa dentro de casa. Segundo o presidente, cerca de dois milhões de correntistas do banco migraram das classes E e D para a classe C nos últimos dois anos. 

 

“Essa revolução silenciosa na pirâmide demográfica é favorável a um banco como o nosso, que está presente em diversas regiões”, comentou o executivo na quarta-feira 28, em teleconferência com jornalistas para anunciar os resultados do segundo trimestre. 

 

O lucro líquido no período alcançou R$ 2,4 bilhões, 4,7% acima do de igual período de 2009. Em média, os analistas previam uma cifra de R$ 2,25 bilhões. No semestre, as receitas do banco somaram R$ 6,4 bilhões, uma alta de 13,2% sobre igual período de 2009. A maior fatia individual veio da rubrica cartões (veja quadro).

 

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 Para melhorar esses resultados, Trabuco despachará no mesmo ambiente dos novos executivos do primeiro escalão. Foram criados sete cargos de diretores executivos adjuntos. 

 

Alfredo Menezes, 48 anos, atuará na tesouraria; Alexandre Gluher, 49 anos, na gestão corporativa. André Cano, 52 anos, tocará as áreas de recursos humanos, treinamento e organização e métodos (O&M). 

 

Josué Augusto Pancini, 50 anos, cuidará das redes de atendimento de varejo e prime. A controladoria será a responsabilidade de Luiz Carlos Angelotti, 45 anos. 

 

Marcelo Noronha, 44 anos, comandará o setor de cartões. Nilton Pelegrino, 56 anos, a infraestrutura. O vice-presidente, José Luiz Acar Pedro, um dos talentos herdados quando o Bradesco comprou o BCN do banqueiro Pedro Conde, deixou o banco. Segundo o comunicado da instituição, Acar pretende seguir novos desafios pessoais.