A mudança climática provocou um rápido e extenso aumento das temperaturas em lagos e aquíferos da Escócia, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (26) que estima que esta tendência será mantida, se nada for feito para revertê-la.

Entre 2015 e 2019, 97% dos lagos e reservas que foram estudados registraram um aumento da temperatura, com um aquecimento de quase 1ºC neste período, indicou o Centro de Conhecimento sobre a Água da Escócia (CREW).

“Este estudo mostra, pela primeira vez, que a mudança climática está aquecendo nossos lagos e reservatórios na Escócia e que é provável que a tendência se mantenha”, afirmou a especialista Linda May do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido, uma das principais autoras do estudo.

“Isso nos alerta sobre os possíveis impactos das mudanças climáticas na biodiversidade, no abastecimento de água e no uso recreativo e destaca a necessidade de que medidas de mitigação sejam adotadas o mais rápido possível”, acrescentou.

As águas do sul e leste da Escócia devem aquecer primeiro, mas o impacto climático atingirá todas as regiões da Escócia até 2040.

Os pesquisadores alertaram que o aquecimento e as mudanças nas chuvas associadas à mudança climática aumentam o risco de proliferação de algas nocivas, que deslocam outras espécies de plantas e produzem toxinas que podem afetar animais e humanos.

A ministra do Meio Ambiente da Escócia, Mairi McAllan, afirmou que a pesquisa fornece “evidências ainda mais preocupantes” sobre os riscos da mudança climática.

O relatório recomenda a redução da quantidade de fósforo e nitrogênio que chega aos lagos e aquíferos a partir de suas bacias, já que esta é a principal causa do crescimento das algas.

Esses nutrientes estão presentes em fertilizantes sintéticos e resíduos humanos e animais, incluindo escoamento de fazendas e esgoto.