05/01/2001 - 8:00
Mucha playa y poca plata (muita praia e pouco dinheiro) é o slogan da Embratur para atrair os turistas argentinos para o veraneio nas praias brasileiras. Com um país em crise econômica, mas com um peso valendo um dólar, aqui os turistas argentinos vêem seu dinheiro duplicar. Uma irresistível atração, a ponto de a Secretaria de Turismo da Argentina admitir que o fluxo de turistas do seu país para o Brasil será de 1,2 milhão de pessoas. A maior invasão deverá atingir as praias do litoral Sul. Santa Catarina e Rio Grande do Sul esperam 15% a mais de hermanos que em 200, estimando receita de R$ 383 milhões. ?Muitos dos que visitavam o Nordeste brasileiro deverão limitar sua viagem ao Sul, alternativa mais próxima e mais barata?, diz o secretário gaúcho de Turismo, Milton Zuanazzi.
A evasão de turistas preocupa o presidente Fernando de la Rúa, que lançou em três de janeiro a campanha ?Mejor Argentina? (Argentina é melhor), para atrair de volta ao país um terço dos 3,2 milhões de pessoas que o deixam para o veraneio no exterior. Esse contingente é capaz de esparramar pelo mundo, nas contas do governo argentino, US$ 2, 5 bilhões que certamente farão falta no fechamento das contas do país. Num apelo dramático, pediu para que seus ministros dessem o bom exemplo e ficassem dentro das fronteiras platinas neste verão. ?Se conseguirmos reter na Argentina um de cada três turistas, estaremos gerando entre 80 mil e 100 mil empregos durante a temporada?, contabiliza o secretário de Turismo argentino Hernán Lombardi. A tarefa dele é difícil. ?O mar daqui é mais quente e um refrigerante custa US$ 0,75, enquanto lá o preço é US$ 2?, explica o contador público argentino César D?Alessandro, de 50 anos. Os professores Norberto Lopez e Lucila Macor viajaram de Salto para o balneário gaúcho de Capão da Canoa. ?Os preços aqui estão 30% mais caros do que na temporada passada e o aluguel de um apartamento de dois dormitórios subiu de R$ 40,00 por dia para R$ 60,00, algo terrível para os brasileiros, mas que para nós ainda vale a pena?, diz Lopez.
