Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – A MRV&Co teve alta de lançamentos e vendas no terceiro trimestre, uma vez que os desempenhos de seu negócio de gestão de empreendimentos e da unidade AHS nos Estados Unidos compensaram o recuo na sua divisão principal de construção de prédios de apartamentos no Brasil.

A companhia anunciou nesta segunda-feira que o volume de lançamentos do conglomerado imobiliários de julho a setembro somou 2,08 bilhões de reais, alta de 0,5% sobre um ano antes.

Considerando apenas o resultado da divisão principal MRV, a companhia apurou queda de 10,2%, a 1,65 bilhão de reais. No entanto, os lançamentos da unidade gestão de empreendimentos Luggo, de 390 milhões de reais, compensaram a queda no total.

“Com isso, a companhia pôde ser mais seletiva nos lançamentos e aguardar o anúncio das alterações do programa Casa Verde e Amarela para lançar determinados produtos que se beneficiariam dessas mudanças”, afirmou a empresa em prévia operacional se referindo ao programa federal de habitação.

Já as vendas totais no trimestre somaram 2,014 bilhões de reais no trimestre, alta de 2,4% ano a ano, com impulso da AHS, unidade dos Estados Unidos, cujas vendas dispararam 70,4%.

Considerando apenas a unidade principal MRV, as vendas caíram 30,8%, para 1,354 bilhão de reais, em linha com o desempenho mais fraco do setor já reportado por outras empresas que divulgaram seus dados operacionais do terceiro trimestre, como Cyrela e Eztec.

“Nossa decisão de fazer uma maior diversificação geográfica e de negócios está se pagando”, disse à Reuters o co-presidente da MRV Rafael Menin.

O executivo afirmou que a companhia deve ter as margens pressionadas no Brasil por alguns meses, dados os altos preços de matérias-primas, o que não está sendo repassado de imediato aos clientes. Mas estimou que não vê pressão adicional de custo nos próximos trimestres.

Para a divisão AHS, a perspectiva da MRV é de poder registrar as receitas de quatro empreendimentos, que correspondem a 184 milhões de dólares em valor geral de vendas (VGV) neste quarto trimestre e no primeiro quarto de 2022.

Segundo Menin, a empresa seguirá expandindo seus negócios para clientes de média renda e nos EUA, até ter uma composição de receita mais diversificada.

“Daqui a 5 anos, 50% da receita estará fora do Brasil”, disse ele.