MP vai investigar Ifood por suspeita de financiar campanha contra demandas dos entregadores

MP vai investigar Ifood por suspeita de financiar campanha contra demandas dos entregadores (Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil )
O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo abriu nesta segunda-feira, 18, uma investigação preliminar, por meio da chamada notícia de fato, para apurar denúncias contra o aplicativo de delivery Ifood, que teria sido responsável por financiar secretamente campanhas de marketing contra as reivindicações de entregadores por melhores condições de trabalho. O despacho da apuração foi assinado pelo procurador Yuri Corrêa Luz, a partir de reportagem da Agência Pública de Jornalismo Investigativo, que apresentou indícios de ação orquestrada pela empresa.
O procurador determinou de imediato que os representantes do Ifood e das empresas QI Marketing e Benjamin Comunicação – contratadas para gerir a campanha de desmobilização dos entregadores – apresentem em até 15 dias suas respectivas versões sobre as informações trazidas pela reportagem. No mesmo prazo, deverão ser apresentadas cópias de documentos sobre o suposto contrato firmado entre as investigadas.
A investigação foi aberta com base em uma representação apresentada pelo Grupo de Trabalho de Direito Humanos e Empresas da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão em São Paulo, que apontou a possibilidade de o Ifood e as empresas contratadas para realizar a campanha terem “praticado condutas que violarariam direitos humanos de trabalhadores, assim como direitos à informação, à verdade, à liberdade de associação, de reunião e de manifestação, e à liberdade de gozar de condições justas de trabalho”.
+ Exportação de soja do Brasil segue em queda até 3ª semana de abril; petróleo avança
No despacho que autorizou a apuração preliminar, o procurador Yuri Luz afirmou que a análise dos fatos apresentados pela reportagem da Agência Pública permite verificar, a princípio, que o Ifood “teria contratado empresas de publicidade para se infiltrarem, de diferentes modos, em movimentos sociais dos entregadores do aplicativo”. Segundo ele, a atuação estaria focada em uma espécie de “contra-propaganda” para desmobilizar as reivindicações dos entregadores cadastrados na plataforma.
O procurador responsável pelo caso avaliou na decisão que as estratégias utilizadas pelas empresas contratadas pelo Ifood podem ter afetado direitos trabalhistas dos entregadores, como a possibilidade de organizarem greves e reivindicarem melhores remunerações. O relator da investigação preliminar cita ainda a possibilidade de a campanha de “contra-propaganda” ter afetado “a compreensão do público geral a respeito do que era demandado pelos entregadores”.
“E a se confirmarem tais notícias, esse conjunto de estratégias pode, assim, ter tido impacto também sobre a percepção de todos os usuários destas plataforma a respeito dos temas debatidos pelos entregadores, e em especial daqueles usuários que consomem os serviços prestados pelo iFood”, afirmou o procurador.
Veja também
- + Veja os 8 sintomas da Ômicron em pessoas vacinadas
- + Bruna Lombardi posta foto seminua e reflete sobre intimidade
- + 7 dicas para aumentar a restituição do seu Imposto de Renda
- + Jovem é internado na UTI após desenvolver condição pulmonar rara ao se masturbar
- + Novo RG: quanto tempo você tem para providenciar o documento
- + 10 carros com tração dianteira divertidos de guiar
- + Filha de Ana Maria Braga exibe vida simples no interior de SP
- + Chay Suede vira piada nas redes sociais com foto de ‘feijoada gourmet’
- + Um gêmeo se tornou vegano, o outro comeu carne. Confira o resultado
- + Veja quais foram os carros mais roubados em SP
- + Agência dos EUA alerta: nunca lave carne de frango crua
Tópicos
análise dos fatos aplicativo de delivery Benjamin Comunicação campanha contra demandas dos entregadores campanha de desmobilização dos entregadores Campanhas campanhas de marketing chamada notícia de fato condições de trabalho condições justas de trabalho condutas que violarariam direitos humanos de trabalhadores contra-propaganda demandas dos entregadores denúncias denúncias contra o aplicativo de delivery Ifood desmobilização dos entregadores desmobilizar as reivindicações direitos direitos à informação direitos trabalhistas dos entregadores empresas de publicidade entregadores entregadores cadastrados entregadores cadastrados na plataforma entregadores do aplicativ estratégias finaciamento financiar campanha contra demandas dos entregadores Greves Grupo de Trabalho de Direito Humanos e Empresas iFood INFORMAÇÃO investigação investigação preliminar liberdade de associação marketing melhores condições de trabalho melhores remunerações Ministério Público Federal movimentos sociais movimentos sociais dos entregadores do aplicativ MP MPF notícia de fato notícias plataforma procurador procurador Yuri Corrêa Luz Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão QI Marketing reivindicações de entregadores remunerações representantes do Ifood reunião São Paulo serviços prestados pelo iFood usuários da plataforma VERDADE Yuri Corrêa Luz