Em Islamorada, uma cidade turística em Florida Keys, Estados Unidos, uma guerra biológica está prestes a ser travada. As autoridades vão libertar 500 milhões de mosquitos, geneticamente modificados para exterminar a população local do  mosquito Aedes aegypti, mas a população teme as consequências negativas.

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O projeto, desenvolvido pela empresa britânica Oxitec com apoio do governo local, visa controlar a reprodução do mosquito que espalha dengue, zika, febre amarela e outras infecções potencialmente fatais. Para isso, eles usarão machos com um gene modificado, denominado OX5034, que restringiria a sobrevivência das fêmeas, que se alimentam de sangue.

Diante de indícios de que o experimento poderia levar ao surgimento de uma espécie híbrida, com consequências imprevisíveis, o porta-voz da Agência de Proteção Ambiental, Kenneth Labbe, garantiu que os trabalhos seriam imediatamente suspensos caso fosse encontrada uma fêmea adulta com o gene modificado. .

Entre 2013 e 2015, a Oxitec realizou teste semelhante no Brasil; após 18 meses o experimento foi totalmente contraproducente e o número de mosquitos na área voltou aos níveis pré-teste, além de levar à disseminação de um híbrido biologicamente vantajoso. A firma nega tudo e o caso ainda não foi esclarecido legalmente.

Palavra da Empresa 

Em nota, a Oxitec garantiu que a solução “recebeu a aprovação unânime de sete departamentos e agências do Estado da Flórida (EUA) para que o projeto-piloto fosse realizado no arquipélago de Florida Keys”. Foi ainda aprovada pela “Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e o Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Flórida (FDACS), após avaliação de risco completa”.

“Esta solução já é aprovada no Brasil pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, desde 25 de maio de 2020, e projetos-piloto semelhantes a este estão em curso no Brasil há 11 anos. Atualmente, a tecnologia do Aedes do BemTM, já em sua segunda geração, está em funcionamento na cidade de Indaiatuba (SP), onde apresenta eficácia de 95% no controle de mosquitos (diminuição da população do Aedes Aegypti) e plena segurança ao meio ambiente, às pessoas e aos animais, associado a outros programas integrados de manejo de pragas”, destaca a companhia.

“Entre 2013 e 2015, a primeira geração da tecnologia também foi utilizada no combate ao mosquito no município de Piracicaba (SP), atingindo o mesmo patamar de eficácia. Neste momento, a Oxitec e a Prefeitura de Piracicaba conversam para retomar o uso da tecnologia a partir de outubro deste ano. Mais de 100 estudos, revisados por pares, foram publicados sobre a tecnologia da Oxitec, fornecendo uma base científica sólida e que comprova a sua eficácia, sustentabilidade e compromisso à resolução de uma importante questão de saúde pública. A Oxitec afirma que a tecnologia Aedes do Bem pode ser usada como parte de programas integrados de manejo de pragas, podendo coexistir com outras soluções”, concluiu a empresa.