Moscou sofre nesta semana uma onda de calor com recordes de temperatura em 120 anos, disse o serviço meteorológico russo à AFP nesta terça-feira (22), que a relaciona às mudanças climáticas.

Na segunda-feira, a capital russa chegava a 34,7ºC, máximo histórico atingido em um mês de junho de 1901, segundo a agência Rosguidromet.

E na quinta e sexta-feira, pode ultrapassar os 35ºC.

“Isso é explicado pela mudança climática global e leva a recordes de calor na capital”, disse Marina Makarova, meteorologista da Rosguidromet.

Entre os moscovitas, embora cada vez mais experientes nesses episódios de onda de calor, diferentes sensações foram encontradas.

“É insuportável!”, disse o auditor Pavel Karapetian, de 25 anos, à AFP.

“Quando saímos, não conseguimos respirar”, reclamou Alexei Rachmaninov, estudante de 19 anos.

“Eu gosto, estou bem”, comemorou Olga Andreieva, uma decoradora de interiores de 32 anos.

A temperatura recorde em Moscou (+ 38°C) data de julho de 2010, quando grande parte do oeste da Rússia sofreu uma onda de calor e grandes incêndios.

De acordo com muitos cientistas, a Rússia, principalmente a Sibéria e o Ártico, estão entre as áreas mais expostas do mundo às mudanças climáticas.

Nos últimos anos, vários recordes de calor foram quebrados, assim como incêndios gigantescos e incomuns.

Em junho de 2020, em Verkhoyansk, no Círculo Polar Ártico, atingiu-se a temperatura de 38 graus, o nível mais alto desde o início dos registros meteorológicos no final do século XIX.

O derretimento do permafrost – o solo congelado – ameaça a infraestrutura e pode liberar enormes volumes de gases de efeito estufa na atmosfera.

Mas o aquecimento também oferece vantagens para a Rússia, como a exploração dos recursos naturais do Ártico ou o desenvolvimento de uma rota marítima graças ao recuo da superfície congelada.

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