A Rússia trabalhará com a Arábia Saudita para repelir qualquer “tentativa de desestabilizar” o mercado petroleiro – anunciou o presidente russo, Vladimir Putin, em uma entrevista com várias emissoras de televisão em árabe, transmitida neste domingo (13), um dia antes de sua visita ao reino.

Esta declaração surge em um contexto de tensões na região, após ataques contra jazidas de petróleo da Arábia Saudita, em setembro, e apreensões de petroleiros no Golfo.

“Se alguém acredita que atos como a interceptação de petroleiros, ou ataques contra infraestruturas petroleiras, poderão afetar de algum modo a cooperação entre a Rússia e os nossos amigos árabes […], se enganam profundamente”, declarou Putin.

“Vamos trabalhar com a Arábia Saudita e com nossos outros sócios e amigos no mundo árabe […] para reduzir a zero qualquer tentativa de desestabilizar o mercado” petroleiro, afirmou.

Nos últimos anos, a Rússia, terceiro produtor mundial de petróleo, colaborou estreitamente com a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), da qual não é membro, para limitar a oferta. Isso permitiu uma elevação dos preços, na esteira da queda registrada em 2014-2015.

Em meados de setembro, Arábia Saudita, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França acusaram o Irã de lançar ataques com drones contra refinarias sauditas, forçando Riad a reduzir sua produção.

Teerã negou seu envolvimento nos ataques, que foram reivindicados pelos rebeldes huthis do Iêmen. Putin disse que a Rússia estava disposta a participar de uma investigação sobre estes incidentes.

Com “boas relações com todos os países da região”, Moscou também pode desempenhar um “papel positivo” nos esforços para diminuir as tensões entre Teerã e Riad, afirmou o presidente russo.