Segundo noticia a emissora estatal britânica BBC nesta sexta (24), o ucraniano Helmut Oberlander, acusado de fazer parte de um grupo nazista de extermínio faleceu aos 97 anos. Ele vinha lutando contra o governo do Canadá que queria revogar sua cidadania devido a seu suposto envolvimento com um esquadrão da morte.

De acordo com a emissora, Oberlander admitiu ter trabalhado como tradutor para o grupo nazista, mas afirmou que havia sido recrutado à força aos 17 anos e não participou das atrocidades cometidas por eles – como o assassinato de mais de dois milhões de pessoas, especialmente judeus.

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Nascido na Ucrânia, Helmut Oberlander solicitou a cidadania canadense em 1954, mentindo sobre seu passado nazista, informa o Centro para Assuntos Judaicos e de Israel (Centre for Israel and Jewish Affairs) do Canadá, em seu site.

Segundo a BBC, a morte de um dos últimos criminosos nazistas que ficaram sem condenação oficial ocorreu sua casa em Waterloo, na província de Ontário, no Canadá. O falecimento foi confirmado pela família, que divulgou um comunicado à mídia local. Eles retratam o ex-incorporador imobiliário como um “homem voltado para a comunidade, dedicado à família”.

“Apesar dos desafios de sua vida, ele permaneceu forte em sua fé. Ele encontrou conforto em sua família e o apoio de muitos em sua comunidade”, diz o texto citado pela emissora britânica.

Oberlander teve sua cidadania revogada pelo Canadá, que tentou deportá-lo três vezes desde 1995. Porém, todas as vezes o ucraniano apelou na justiça.

Como mostra a emissora, o governo afirma que no pedido original de cidadania, o ucraniano conscientemente escondeu sua participação no einsatzkommando, um subgrupo do exército nazista alemão que atuava nos territórios ocupados do leste da Europa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em seus recursos judiciais, citados pela BBC, Helmut Oberlander argumenta que não tinha alternativa a não ser trabalhar para os alemães e que teria sofrido as mais severas penalidades se tivesse desobedecido.

Ele era o último dos 12 canadenses alegadamente envolvidos em crimes do período nazista, mas morreu antes que o governo pudesse concluir o processo de deportação.