O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, retomou nesta quarta-feira, 1, a condução dos processos da Operação Lava Jato. Depois das férias, o magistrado ouve testemunhas de acusação na ação penal em que o ex-ministro Antonio Palocci é réu, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no escândalo Petrobras.

No ano em que a Lava Jato vai tomar novas proporções, com a homologação da delação premiada da Odebrecht – que reúne 77 executivos e ex-executivos -, Moro abre os trabalhos com os depoimentos de cinco delatores.

Duas das testemunhas ouvidas nesta quarta são da empreiteira UTC: o dono Ricardo Pessoa e o executivo Walmir Pinheiro. Serão ouvidos ainda os operadores financeiros do banco da propina da Odebrecht, Vinicius Veiga Borin, Marco Pereira de Souza Bilinski e Luiz Augusto França.

As testemunhas foram chamadas pelo Ministério Público Federal para a acusação contra Palocci, identificado nas planilhas da propina da Odebrecht como “Italiano”.

Documentos encontrados pela Lava Jato nas buscas feitas no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – chamado de “departamento da propina” por investigadores – indicam que uma conta associada à “Italiano” chegou a ter R$ 128 milhões. Os valores, seriam repasses ao PT e seus candidatos.

No processo retomado hoje por Moro, também é réu o presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, que fez delação premiada e aguarda homologação do acordo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nos depoimentos que deu a procuradores da Lava Jato, o empreiteiro detalhou os repasses de valores legais e ilícitos para o PT e campanhas dos candidatos do partido, em especial dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de Moro ter voltado nesta quarta-feira ao trabalho, os processos da Lava Jato em Curitiba não ficaram totalmente parados. A juíza substituta Gabriela Hardt respondeu pelo caso durante as férias.