O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, disse nesta segunda-feira, 11, que acredita na sensibilidade dos deputados quanto à necessidade da reforma da Previdência para a consolidação do processo de retomada econômica. “Eles sabem que essa reforma é indispensável, que vai dar mais consistência a todo processo de recuperação da economia”, disse o ministro, acrescentando que as mudanças nas regras da aposentadoria permitirão ao governo melhorar sua capacidade de investir, bem como adotar políticas que fortaleçam a produtividade.

Ao participar de fórum do Estadão sobre a reforma da Previdência, Moreira Franco declarou que cada voto é importante para chegar aos 308 necessários à aprovação da matéria na Câmara.

Ele citou que, apesar de suas divergências, o PMDB, seu partido, fechou questão. Nesse ponto, lembrou que, em outras oportunidades, parlamentares que votaram contra a determinação da sigla foram punidos. “Assim é que funciona a vida partidária e é assim que tem que ser”.

O ministro reconheceu que, após as mudanças no texto, a reforma da Previdência pode ter sido “muito desidratada”. Observou, porém, que as versões anteriores pareciam ser um “oceano”. “As pessoas quase morreram afogadas”, disse Moreira Franco, reiterando que o texto atual está “como deve ser” por acabar, segundo ele, com privilégios e enfrentar as aposentadorias precoces.

Alckmin e PSDB

Moreira Franco também afirmou que o apoio do governador Geraldo Alckmin, presidente nacional do PSDB, à reforma da Previdência marca o reencontro do partido com sua história e tradição. Lembrou ainda que foi o próprio PSDB, durante o governo FHC, que introduziu o debate da Previdência.

O ministro acrescentou que a modernização da sociedade e do estado brasileiro faz parte do programa do PSDB. “A importância de o PSDB dizer isso apoiar a reforma é a oportunidade que partido está tendo de se reencontrar com sua própria historia”, comentou. “Alckmin, declarando apoio, faz com que todos eles do partido consigam se ver com o que está escrito na própria tradição do PSDB”, destacou.

Negociações

Moreira Franco disse que o governo está aberto a negociar concessões a deputados para obter apoio à reforma da Previdência. “O que for razoável, o que for justo, o governo faz. O governo acredita no diálogo, isso é fundamental”, afirmou.

Apesar de manifestar abertura do Planalto em negociar com parlamentares, ele deixou claro que não há negociações clandestinas. “As coisas, cada vez mais, são postas de maneira clara”, comentou o ministro.

Ele cobrou que prefeitos e governadores cobrem suas bancadas e que as pessoas que são contra privilégios pressionem os deputados federais.