Os moradores de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, querem se unir com os vizinhos do Morumbi para conseguir uma antiga reivindicação: a criação de uma subprefeitura que englobe os dois bairros. “Essa é uma agenda comum (entre Paraisópolis e Morumbi), que une o bairro. Então, vamos defender a criação dessa subprefeitura”, afirmou o líder comunitário de Paraisópolis Gilson Rodrigues.

Atualmente, Paraisópolis está dividida entre duas subprefeituras, já que o distrito da Vila Andrade, onde está localizada a maior parte da comunidade, pertence à Subprefeitura do Campo Limpo, na zona sul; enquanto o distrito do Morumbi, à Subprefeitura do Butantã, na zona oeste.

“(Defendemos) uma subprefeitura única para que consiga dar conta da demanda tanto de Paraisópolis quanto do Morumbi”, afirmou o líder comunitário.

Hoje, a cidade de São Paulo dispõe de 32 subprefeituras. A mais recente é a de Sapopemba, na zona leste, criada em 2013 pelo então prefeito Fernando Haddad (PT). Foi a única unidade administrativa regional nova desde o início da divisão da capital em subprefeituras, em agosto de 2002, na gestão da prefeita Marta Suplicy (PT).

Cada uma das subprefeituras tem dotação orçamentária própria e autonomia para despesas operacionais, administrativas e de investimento, além de participação na elaboração da proposta orçamentária da Prefeitura.

Vídeo

Moradores de Paraisópolis e do Morumbi se reuniram nesta segunda-feira, 9. Segundo Rodrigues, o objetivo é construir uma agenda comum que beneficie os dois bairros.

Depois da ação policial que terminou com a morte de nove pessoas pisoteadas durante um baile funk, trechos do documentário Entremundo – Um dia no bairro mais desigual do mundo circularam nas redes sociais e provocaram revolta dos moradores de Paraisópolis.

No filme, moradores do Morumbi defendem ações policiais violentas na comunidade vizinha. Um homem chega a dizer que “se tivesse um Batman só na rua ia matar todo mundo”.

“Esse vídeo causou bastante revoltada dos moradores de Paraisópolis trazendo uma discussão grande, e a gente sentiu que a situação de ódio aumentou”, afirmou Rodrigues. “Isso atrapalha porque estamos no mesmo bairro. O que acontece em Paraisópolis também influencia no Morumbi – e vice-versa.”