Existe mais de uma maneira de pôr pela primeira vez o pé em um mercado. A mais antiga companhia de seguros dos Estados Unidos, o Mony Group, escolheu a menos arriscada para pisar no Brasil. Nada de desembolsar centenas de milhões para comprar uma seguradora local e uma fatia no mercado. O grupo partiu do zero, com a mais simples das estruturas possíveis: uma empresa de consultoria e corretora de seguros. A Mony se tornou o equivalente, na área de seguros, a uma empresa de private banking no setor financeiro. Clientes, só os do topo da pirâmide social brasileira. A decolagem é rápida. A empresa deverá ter arrecadação em prêmios de R$ 120 milhões em apenas três anos. É o mesmo que a seguradora do Santander, a 30ª do ranking brasileiro. A diferença é que, como está, a Mony não assume o risco de sinistros e não precisa investir em reservas técnicas. O diretor-geral da Mony no País, Marcello Ribeiro, calcula que, com este modelo, a empresa já será lucrativa em três anos. ?Só a parte de previdência já vai dar para cobrir os custos da companhia?, afirma. Além de distribuir seguros, o grupo vende também fundos de investimento para a acumulação de patrimônio, como no modelo americano de empresa de seu setor. Na prateleira estão Lloyds, J.P.Morgan e American Express. Esse nicho, diz Ribeiro, vai mudar a cara do ramo no Brasil. ?Quem não souber isso vai estar fora em no máximo oito anos?, prevê.