Depois da polêmica causada pela defesa da criação de um partido nazista, o apresentador Bruno Aiub “Monark” criticou a “patrulha para censurar pensamento”. Em entrevista ao New York Times, o ex-apresentador do podcast Flow tentou argumentar a favor de sua posição, que chamou de “constitucional” nos Estados Unidos.

Monark se diz vítima de uma onda de “cancelamentos” depois de perder diversos anunciantes e patrocinadores e ser afastado do Flow. O jornal o chama de “Joe Rogan brasileiro”, em referência ao podcaster americano que divulga desinformação sobre a vacina contra a Covid-19.

+ PGR abre investigação contra Monark e Kim Kataguiri por apologia ao nazismo
+ Após polêmica, Monark é desligado do Flow Podcast; entenda o caso

“Temos um movimento político que acredita em patrulha para censurar todos que tenham um pensamento que pareça com algo que eles sejam contra. É uma patrulha sem fronteiras”, declarou Aiub, que chegou a pedir desculpas e declarar que estava “bêbado” durante o programa de entrevistas com os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP), que também apoiou a liberdade de criação de um partido nazista, e Tabata Amaral (PDT-SP).

Aiub chegou a apoiar o “direito” de as pessoas serem “antissemitas” e defende a liberdade de expressão absoluta – em 2021 ele já havia perdido um patrocinador por defender que “opiniões racistas” não deveriam ser crime.

“Estou sendo destruído por defender uma ideia que é constitucional nos Estados Unidos. Não sou nazista”, disse Aiub ao jornal.

Sobre a criação do partido nazista, Monark declarou que iria fazer uma defesa da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, mas assumiu que defendeu seu posicionamento “de uma maneira estúpida”. A primeira emenda, adotada em 1791 nos Estados Unidos, proíbe a limitação da liberdade de expressão.

“O que soa censura a alguns é apenas contabilidade e gerenciamento responsável de marcas a outros”, resume Joan Donovan, pesquisadora da Universidade de Harvard, que acha apropriado criticar quem expressa pontos de vista ofensivos.