O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu nesta segunda-feira, em um sessão marcada pela aversão ao risco, o que impulsionou a divisa americana, vista como um porto seguro. O mercado renovou preocupações com as restrições da China contra a covid-19, ao mesmo tempo em que cresce a expectativa por um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais “hawkish”.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 128,02 ienes, o euro recuava a US$ 1,0717 e a libra tinha baixa a US$ 1,2739. O índice DXY avançou 0,53%, a 101,752 pontos.

A capital da China, Pequim, ordenou hoje que os moradores de uma área do distrito de Chaoyang, afetado pela covid-19, não deixem o local e não saiam de suas residências por razões não essenciais, informou a Reuters. Mais adiante, foi reportado sobre testes em outros 11 distritos da capital. Investidores temem que as medidas chinesas para combater a pandemia perturbem ainda mais as cadeias de suprimentos globais, aumentando a inflação, o que intensifica a probabilidade de um Fed mais agressivo.

A Western Union destaca que o dólar continua “em voga”, dada uma “perspectiva sombria” para o crescimento global e as expectativas crescentes de que o Fed forneça grandes aumentos nas taxas de juros para combater a inflação nos próximos meses. “As expectativas de aumentos maiores das taxas aumentaram a incerteza econômica global, pressionando os mercados mundiais”, analisou. De acordo com ferramenta do CME Group, o mercado embute hoje 97,6% de chances de alta de 50 pontos-base em maio, enquanto em março essas apostas eram 72,7% do total.

O euro chegou hoje a ser negociado mais cedo a US$ 1,0707, seu menor nível em dois anos, diante da tendência de que os EUA apertem sua política monetária em ritmo mais veloz do que a zona do euro. Depois a moeda europeia reduziu perdas, na esteira da divulgação do índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha, que teve uma inesperada alta em abril, a 91,8 pontos.

Já o yuan negociado no mercado onshore chegou a atingir menor nível em um ano, acompanhando o tombo das bolsas locais. A divisa chinesa reduziu perdas ante o dólar, após o Banco do Povo da China (PBoC) anunciar corte na taxa de compulsório bancário (RRR) em moeda estrangeira em 1 ponto porcentual, a 8%, com efeito a partir de 15 de maio. No horário citado, o dólar avançava a 6,5604 yuans.