O dólar retomou nesta terça-feira a alcunha de ativo de refúgio. Diante da cautela no exterior com a piora da pandemia de covid-19 em algumas regiões do mundo, como Europa, Índia e Brasil, os investidores venderam ações e buscaram a segurança da moeda dos Estados Unidos, que se valorizou ante os principais pares na média. Nem mesmo a queda nos juros dos Treasuries foi suficiente para reduzir a demanda pela divisa, como havia ocorrido em outros pregões.

Perto do horário de fechamento do mercado em Nova York, o dólar caía a 108,07 ienes, o euro subia a US$ 1,2039, mas perto da estabilidade, e a libra cedia a US$ 1,3944. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana frente a seis rivais, registrou alta de 0,19%, a 91,241 pontos.

Depois de ter saltado mais de 3% no primeiro trimestre, o DXY começou abril em baixa, impactado pela estabilização da curva de juros dos Treasuries. Nos três primeiros meses de 2021, a escalada nos rendimentos dos títulos da dívida americana havia impulsionado a divisa dos EUA. Hoje, contudo, o dólar subiu mesmo sem a ajuda da renda fixa, retomando o status de ativo de segurança.

Antes do aumento da busca por refúgio hoje, o euro e a libra avançavam contra o dólar. A moeda única era beneficiada pelo anúncio da Pfizer, feito ontem, de que entregará mais 100 milhões de doses de sua vacina contra a covid-19 à União Europeia ainda este ano. Hoje, a Johnson & Johnson informou que retomará o fornecimento de imunizantes à UE após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) finalizar uma revisão do produto.

Os investidores aguardam também a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que será divulgada nesta quinta-feira, 22.

A divisa britânica, por sua vez, havia recebido um impulso de dados do mercado de trabalho do Reino Unido, de acordo com o Western Union. A taxa de desemprego do país caiu de 5,0% em janeiro para 4,9% em fevereiro.

No entanto, a cautela no mercado reduziu a busca pelas moedas europeias. Na noite de ontem, o Departamento de Estado americano desaconselhou viagens internacionais e emitiu aviso para que os cidadãos do país não visitem 80% dos países do mundo, por causa do perigo sanitário.