O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu nesta terça, em quadro de cautela nos mercados internacionais em geral. Além disso, a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de aperto monetário tem apoiado a moeda americana, com isso o DXY tocou máxima desde março de 2020.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 127,49 ienes, o euro recuava a US$ 1,0640 e a libra tinha baixa a US$ 1,2582. O DXY subiu 0,54%, a 102,303 pontos.

A Western Union afirma que o dólar era apoiado sobretudo pelo quadro na China e pelo sentimento global fraco em relação às perspectivas da economia global. O BBH também destacou a força da divida, com a fuga do risco, mesmo que alguns outros mercados tenham mostrado quadro mais positivo hoje, como o petróleo.

O noticiário da guerra russa na Ucrânia continuava em foco, com o governo de Moscou alertando para potencial piora no quadro, mas ainda deixando aberta a porta para uma solução negociada, segundo o presidente Vladimir Putin. A Polônia informou que deixará de receber gás russo, após ameaças do regime russo nesse sentido, o que reforçou a cautela entre investidores. Além disso, a covid-19 na China e lockdowns locais para conter o vírus eram monitorados, com analistas apontando para seus efeitos na atividade e nas cadeias globais.

A cautela tende a apoiar o dólar. Além disso, a moeda continua apoiada pela postura recente do Fed de elevar os juros para conter a inflação nos EUA. O Wells Fargo afirma, em relatório a clientes, que a postura do BC americano faz com que o banco continue a prever “força do dólar no curto, médio e longo prazos”. O Wells Fargo diz ainda que isso se traduz em pressão de baixa para outras divisas, com o banco projetando que o euro atinja mínimas desde 2002 frente ao dólar.

A libra hoje tocou mínimas desde setembro de 2020. Mesmo com o Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) elevando juros, a moeda local é pressionada diante da postura mais “hawkish” do Fed, segundo analistas.