A menor busca por segurança nos mercados globais e a perspectiva de mais expansão fiscal nos Estados Unidos não foram suficientes para impactar o índice DXY, que mede a variação do dólar contra seis pares. A fraqueza do euro, em meio a dificuldades na estratégia de vacinação na União Europeia, impulsionou a divisa dos EUA.

Perto do fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 105,04 ienes, o euro recuava a US$ 1,2036 e a libra esterlina caía a US$ 1,3660, quase estável. O DXY, por sua vez, fechou com ganho de 0,24%, a 91,197 pontos.

“O euro caiu para uma baixa de 2 meses em relação ao dólar dos EUA, apesar dos dados do PIB da zona do euro melhores do que o esperado”, destaca a diretora de estratégia cambial da gestora BK Asset Management, Kathy Lien. De acordo com a analista, o principal desafio da zona do euro é o processo “lento” de vacinação.

Na visão do analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union, “o risco de que o crescimento do primeiro trimestre possa ser ainda mais fraco do que o do quarto trimestre contribuiu para a recente deterioração do sentimento do euro”.

Após a União Europeia acionar um dispositivo legal para proibir o transporte de vacinas do bloco para o Reino Unido – decisão posteriormente revertida – aumentaram as críticas à estratégia de imunização liderada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No entanto, a consultoria de risco político Eurasia avalia que o mandato dela, que conta com o apoio da França e da Alemanha, não está em risco.

Segundo profissionais do Brown Brothers Harriman, a alta do dólar começou com o movimento de fuga do risco na semana passada, diante do temor dos investidores com a volatilidade gerada por especuladores, mas está se transformando em “algo maior”, com a moeda americana forte contra os pares mesmo em pregão de ganhos para o mercado acionário.

Em Washington, o foco dos investidores esteve nas negociações do pacote fiscal. Depois de ter se encontrado ontem com parlamentares da oposição, o presidente Joe Biden se reuniu hoje com os democratas, acompanhado da secretário do Tesouro, Janet Yellen.