O dólar registrou forte valorização na comparação com as principais moedas do mundo, à medida que investidores repercutiram decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Reino Unido. Destaque negativo no câmbio, a libra sucumbiu ao aumento de 25 pontos-base nos juros do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), em reunião marcada por divergência.

O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais fortes, fechou em alta de 1,14%, a 103,752 pontos.

O movimento reverteu a queda da véspera, quando os mercados reagiram com euforia à sinalização do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, de que uma elevação de 75 pontos-base na taxa básica não está nos planos da instituição. O Fed promoveu ontem uma alta de 0,5 ponto porcentual e indicou novo aumento nessa dimensão.

“O dólar se recuperou, no entanto, com as taxas de juros ainda parecendo em um caminho para mais que dobrar (1,9%) até julho e potencialmente triplicar (2,7%) até o final do ano, uma perspectiva solidamente agressiva que diferencia o Fed de seus principais rivais”, explica o analista Joe Manimbo, do Western Union.

No Reino Unido, três dos nove dirigentes do BoE divergiriam da alta de 0,25 ponto porcentual e votaram por uma elevação mais acentuada, de 50 pontos-base.

Para o BBH, a diferença de opiniões mostra que o BC britânico está a caminho de cometer um erro de política, o que é negativo para a libra. No fim da tarde em Nova York, a divisa inglesa recuava a US$ 1,2361, tendo caído ao menor nível desde meados de 2020. Já o euro recuava a US$ 1,0545, e o dólar subia a 130,01 ienes.

Entre emergentes, o dólar avançava a 20,2747 pesos mexicanos e a 14,8641 liras turcas. A taxa anual de inflação ao consumidor na Turquia atingiu 69,97% em abril, acelerando pelo 11º mês consecutivo, no maior valor deste fevereiro de 2002, segundo dados divulgados hoje pela Turkstat, a agência de estatísticas do país.