O dólar subiu levemente na comparação com rivais nesta segunda-feira, 24, em um dia marcado pelo otimismo em relação às pesquisas para desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. Investidores ficaram em compasso de espera para o simpósio de Jackson Hole, com discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na quinta-feira.

Perto do horário do fechamento das bolsas de Nova York, o dólar subia a 105,99 ienes, o euro caía a US$ 1,1788 e a libra esterlina recuava a US$ 1,3059, levando o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, a fechar com variação marginal positiva de 0,05%, a 93,298 pontos.

Pela manhã, a divisa americana operou em queda, na esteira de notícias sobre testes para prevenção da covid-19. O jornal inglês Financial Times noticiou nesta segunda que o governo americano estuda pular etapas regulatórias para liberar a vacina desenvolvida pela AstraZeneca antes da eleição presidencial de novembro. A farmacêutica, no entanto, negou tratativas com a Casa Branca e vê a especulação como “prematura”.

Em outra frente de estudos, a Novavax informou em comunicado hoje que iniciou a fase 2 dos testes clínicos de seu candidato a imunizador. O estudo será realizado em até 1.500 voluntários nos Estados Unidos e na Austrália. Cerca de 50% deles terão entre 60 e 84 anos. Resultados devem estar disponíveis no quarto trimestre deste ano.

Para o dólar, contudo, a analista da BK Asset Management, Kathy Lien, explica que o principal driver da semana será o discurso de Powell. “Ele não tem escolha a não ser se mostrar cauteloso porque, embora os novos casos de coronavírus nos EUA estejam se estabilizando, os americanos desempregados estão recebendo menos benefícios, o que significa que as vendas no varejo serão prejudicadas”, analisa.

Em relação ao euro, o Rabobank destaca que a moeda comum deve iniciar um processo de realização de lucros. “Os especuladores reduziram suas apostas no euro depois que ele atingiu o nível mais alto ante o dólar em dois anos”, avalia.