O dólar ficou volátil após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira, mas acabou ganhando força na comparação com outras divisas fortes. O BC dos Estados Unidos manteve os juros na faixa entre 0% e 0,25% ao ano, mas melhorou as projeções para a atividade econômica, desemprego e inflação no país.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 105,00 ienes, o euro recuava a US$ 1,1799 e a libra tinha alta a US$ 1,2951. O índice DXY, que mede o dólar em relação a outras seis moedas principais, subiu 0,18%, a 93,214 pontos.

Depois de ceder em um primeiro momento, após a divulgação do comunicado do Fed, o dólar passou a subir ante rivais. Na visão da consultoria britânica Capital Economics, a linguagem do documento foi “um pouco mais hawkish” do que o esperado, embora o Fed tenha sinalizado que não deve elevar os juros antes de 2024.

Diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien destaca que a decisão não foi unânime e que dois dirigentes queriam ainda mais flexibilização monetária. “Embora o principal resultado da reunião do Fomc Comitê Federal de Mercado Aberto de hoje seja nenhum aumento nas taxas nos próximos 3 anos, o dólar se fortaleceu, assim como depois de Jackson Hole, porque nada disso foi uma surpresa”, acrescenta Lien, em referência ao simpósio em que o presidente do Fed, Jerome Powell, anunciou que a instituição adotará uma média para a meta de inflação.

Na coletiva de imprensa após a decisão de juros desta quarta, Powell repetiu que o Fed deixará a inflação ficar um pouco acima da meta de 2% por um tempo para compensar períodos em que esteve abaixo desse nível. Ele também declarou que uma taxa de desemprego bastante baixa não gera, necessariamente, problemas de inflação.

A instituição melhorou as projeções para a economia americana e agora prevê uma retração de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, ante previsão anterior de recuo de 6,5%. As estimativas para inflação e desemprego também foram mais otimistas do que na reunião de junho.

Em relação a divisas de países emergentes e ligados a commodities, o dólar ficou sem direção única. No final da tarde em Nova York, a moeda dos EUA caía a 16,3368 rands sul-africanos e a 21,0067 pesos mexicanos, mas subia a 75,2786 pesos argentinos.

Na Argentina, o BC anunciou novas medidas para reforçar o controle cambial.