O dólar operou em alta na comparação com moedas rivais nesta segunda-feira, 12, marcada por poucos drivers para o mercado cambial. A rápida disseminação da variante delta do coronavírus ajudou a fortalecer a demanda pela segurança da divisa americana, à medida que investidores esperam pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de junho dos Estados Unidos, que sai amanhã de manhã, e por falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, mais à frente na semana.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares, fechou em alta de 0,14%, aos 92,261 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro tinha baixa a US$ 1,1862, a libra recuava a US$ 1,3881, enquanto o dólar sustentava alta a 110,34 ienes.

“O dólar teve um início sólido para uma semana agitada”, segundo define o analista sênior de mercados do Western Union Joe Manimbo, em relatório enviado a clientes. No foco dos investidores, está a leitura de junho do CPI americano. Caso o indicador venha forte, o dólar pode se valorizar no curto prazo, segundo estima o TD Securities. A mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, no entanto, aponta para desaceleração mensal da inflação ao consumidor americano.

O TD Securities também estima que um posicionamento mais rígido da política monetária do Fed, em resposta aos dados, também pode fazer com que a divisa americana se fortaleça. Por isso, o mercado fica de olho em discursos do presidente da autoridade monetária dos EUA, Jerome Powell, ao Congresso do país na quarta e quinta-feira.

Estimando o fim da política monetária “ultra acomodatícia” do Fed antes do esperado, o ING afirma que o cenário para o dólar se tornou mais positivo no médio prazo. O banco holandês prevê a primeira alta de juros pelo BC americano já no terceiro trimestre do ano que vem, e um rali do dólar a partir do segundo trimestre de 2022.

Com a agenda de hoje fraca, o sentimento de risco foi contido no mercado cambial diante do alastramento da variante delta do coronavírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa já foi identificada em ao menos 104 países e deve se tornar predominante no mundo em breve.

Na Europa, o foco ficou por conta de falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) acerca de um novo forward guidance para cumprir a nova meta de inflação da entidade, que pode ser estabelecido já na reunião de 22 de julho. Tanto a presidente do BCE, Christine Lagarde, quanto o seu vice-presidente, Luis de Guindos, indicaram mudanças nos instrumentos do BC europeu no encontro marcado para o fim do mês.