O dólar operou em alta generalizada nesta quarta-feira, 27,, em meio ao sentimento de risco no mercado por conta do avanço da covid-19 e as dificuldades na vacinação. Na União Europeia (UE), as divergências entre o bloco e a fornecedora AstraZeneca pressionaram o euro. No Reino Unido, não há prazo para reabertura da economia, em meio ao avanço da doença, o que ajudou o dólar a se valorizar perante a libra. A moeda americana se fortaleceu ainda com a coletiva de imprensa do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, cujas sinalizações aumentaram a busca por segurança.

O índice DXY, que mede o dólar frente seis moedas de economias desenvolvidas, fechou em alta de 0,53%, a 90,647 pontos. No final da tarde em Nova York, a moeda americana subia a 104,19 ienes.

A dificuldade com a vacinação contra a covid-19, exemplificada nas disputas entre a UE e a AstraZeneca, levou cautela aos mercados, após o mundo ter atingido a marca simbólica de 100 milhões de casos. O mercado operou em meio a uma aversão a riscos durante toda a sessão, o que fortaleceu o dólar, visto como ativo de segurança.

Aguardando o anúncio monetário nos EUA, a Western Union avaliava que “um Fed que vê o mais recente revés econômico da pandemia como temporário pode permitir que os formuladores de políticas reduzam os estímulos ainda este ano, um cenário que pode ser favorável ao dólar”. A decisão de manter os juros teve pouco impacto no mercado. Mas o dólar se fortaleceu após a coletiva de imprensa de Powell. A declaração do dirigente de que ainda há “um longo caminho” para atingir as metas de emprego e inflação aumentou a cautela.

O Commerzbank, por sua vez, avalia que o Fed está “satisfeito que a política fiscal está agora assumindo o papel principal para superar a atual fase de fraqueza”.

No Banco Central Europeu (BCE), os sinais da baixa nos juros levaram a uma desvalorização do euro ante o dólar.

O integrante do Conselho da instituição Klaas Knot comentou hoje cedo que há espaço para redução das taxas. “Os sinais crescentes de que o BCE é menos tolerante com uma moeda forte sugerem uma barreira menor para levar os juros para baixo de zero”, avalia a Western Union. O euro era cotado a US$ 1,2109 no final da tarde.

A libra também se desvalorizou perante o dólar, em dia no qual o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou a dizer que ainda não é possível saber quando será seguro realizar a normalização da economia, mas informou que será preciso adiar a reabertura das escolas. No mesmo horário, a libra era cotada a US$ 1,3682.