31/08/2020 - 18:00
O dólar prosseguiu movimento de desvalorização na comparação com rivais fortes, enquanto investidores acompanharam os desdobramentos da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de mudar a política para a inflação, o que deve manter juros baixos por um bom tempo e pressiona a divisa dos Estados Unidos.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 105,88 ienes, o euro avançava a US$ 1,1933 e a libra tinha alta a US$ 1,3375. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,24 %, a 92,144 pontos, se igualando a níveis de abril de 2018.
“Com o mês de agosto chegando ao fim, a decisão do Federal Reserve de mudar seu foco de inflação na semana passada está influenciando o dólar americano. A divisa foi negociada em baixa contra todas as principais moedas, exceto o iene japonês”, explica a analista da BK Asset Management, Kathy Lien.
O presidente da distrital de Atlanta do Fed, Raphael Bostic, destacou que a retomada da economia dos EUA está em curso, mas disse que os dados mais recentes apontam para uma desaceleração. “A recuperação vai demorar muito mais tempo do que as pessoas esperavam”, alertou, durante seminário virtual.
Mais cedo, o vice-presidente da instituição, Richard Clarida, havia descartado a possibilidade de adotar o controle da curva de juros ou juros negativos, pelo menos por agora. Clarida comentou a revisão da política da autoridade monetária para a política para a inflação, que deve manter juros baixos por muito tempo. Segundo ele, essas orientações não funcionam como amarras.
Em relação ao euro, o analista Joe Manimbo, do Western Union, destaca que a forte valorização recente da moeda única pode vir a prejudicar o setor de exportação no bloco. “Ainda não há sinais de um efeito negativo, já que fatores macroeconômicos desempenham um papel preponderante. Em momento, no entanto, as autoridades monetárias europeias terão que pensar sobre isso”, explica.
Na comparação com emergentes, o dólar se fortaleceu, avançando a 21,8896 pesos mexicanos e a 74,1409 pesos argentinos.
